Depois de quatro anos exercendo mandato de deputado federal, o delegado Antonio Furtado voltou à rotina na Polícia Civil. Desta vez, como titular da 88ª DP (Barra do Piraí). Em entrevista à Folha do Aço, o policial enumerou os tipos mais comuns de violências cometidas contra pessoas idosas e como os órgãos de segurança têm trabalhado para reduzir esses índices.

“A negligência é o tipo mais comum de violência contra a pessoa idosa, caracterizada quando o responsável deixa de oferecer cuidados básicos. O abandono é o agravamento da negligência, quando quem deveria proteger e acompanhar a rotina do idoso, se mantém ausente ou omisso das obrigações. Já a violência física, como o próprio nome já diz, é quando o responsável pelo idoso usa força, ferindo-o ou provocando dor”, citou.

Furtado observa ainda a violência emocional ou psicológica. “É silenciosa, porém prejudica o bem-estar do idoso, e envolve xingamentos, intimidações e restrições de contatos sociais”, destaca.

O abuso econômico, ou a exploração indevida de recursos financeiros, é outro tipo de violência citado pelo delegado e identificado quando ocorre o uso indevido de recursos financeiros, bem como de bens patrimoniais.  Segundo Furtado, a maioria das violações acontece em ambientes particulares, o que dificulta a descoberta e aumenta o tempo em que o idoso é submetido ao abuso. “Justamente por isso, denunciar é tão importante”, frisou.

“Em Volta Redonda, enquanto delegado na 93ª DP, criamos o Núcleo de Atendimento ao Idoso, o NUAI, para cuidar de forma especializada desse público. Para prevenir e diminuir a violência contra o idoso, é necessário que familiares e a própria sociedade cumpram suas responsabilidades. Devemos aplicar a lei para que os direitos da pessoa idosa sejam garantidos em caráter protetivo, visando preservar a dignidade e a qualidade de vida de quem merece atenção”, salientou.

O agora responsável pela 88ª DP ressalta que, em 2022, durante os seis primeiros meses do ano, foram contabilizadas mais de 34 mil violações cometidas contra o público idoso. “Os dados são resultados do balanço do ‘Disque 100’, um canal do governo federal que acolhe denúncias. Em mais de 87% das denúncias, as violações ocorreram na casa onde o idoso mora. Embora o número seja alarmante, a denúncia é a ferramenta mais eficaz para que a rotina de violência seja interrompida”, pontua.

O delegado lembra que, além do ‘Disque 100’, que funciona 24 horas por dia, ao presenciar atos de violência ou no caso de ser a própria vítima, as denúncias podem ser feitas anonimamente ou mediante comparecimento em sede policial.

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