No Brasil, três em cada dez crianças não receberam vacinas necessárias para protegê-las de doenças potencialmente perigosas, e os indicadores apontam para um número ainda menor nos últimos anos. Dados divulgados pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) mostram que a taxa de vacinação infantil no Brasil vem sofrendo uma queda brusca. A taxa caiu de 93,1% para 71,49%.  

De acordo com a pesquisa, realizada em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), este número coloca o Brasil entre os dez países com menor cobertura vacinal do mundo. Erradicado em 2016, o sarampo, por exemplo, é uma das doenças que voltou a circular no país, comprovando que a baixa cobertura vacinal deixa a população infantil exposta à doenças. 

Entidades como a OMS acompanham atentamente a situação, em especial com o público infantil, que retorna às aulas em fevereiro. Um alerta sobre o quadro vacinal no país foi emitido.

Para o infectologista pediátrico do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) e membro do Projeto Reconquista das Altas Coberturas Vacinais, Marcio Nehab, a probabilidade é alta de contaminação de crianças que não estão com o Programa Nacional de Imunização (PNI) em dia. 

“Os riscos são de terem uma chance maior de contraírem as doenças das quais as vacinas existentes no PNI as protegem, e, assim, terem sequelas, óbito e transmitirem para outros indivíduos”, afirmou o especialista. “Mesmo que os outros indivíduos sejam vacinados, eles podem ainda não terem completado o esquema indicado para aquele imunobiológico ou terem algum tipo de imunodeficiência que levem a um risco maior de pegar a doença e ter um desfecho desfavorável. Afinal, nenhuma vacina dá 100% de proteção e se você estiver sob maior risco de contrair aquela doença, por grande circulação do agente infeccioso ou por baixas coberturas vacinais da população, a perigo é maior. Vacina é compromisso coletivo”.

Região

Em Volta Redonda, a secretaria municipal de Saúde diz atuar com diversas estratégias para atingir a população em geral, reforçando a importância da vacinação – desde comunicados, reportagens e até materiais multimídias – para enfatizar a eficácia dos imunobiológicos contra as doenças.

“As secretarias municipais de Saúde e Educação estudam formas para ampliar a cobertura vacinal, com base nas estratégias definidas pelo novo Governo Federal e do Ministério da Saúde. A previsão é que elas sejam anunciadas em fevereiro”, garante a SMS.

Atualmente, a Cidade do Aço possui cobertura vacinal acima da registrada em todo o estado, destacando-se nos índices registrados no ano passado das doses de Tríplice Viral para crianças de até um ano (75,7%), Pneumocócica (71,1%) e BCG (66,3), ambas para menores de um ano. Nos maiores de um ano, a Varicela (73,5%), Hepatite A (64,2%) e Tríplice Bacteriana (DTP) e Poliomielite alcançaram 51% do público-alvo, ainda segundo o governo municipal.

Em Pinheiral, a coordenadoria de Imunização realizou visitas domiciliares em 250 casas do município, verificando 294 cartões de vacina de crianças entre seis meses a menores de cinco anos e constatando pela amostragem uma cobertura vacinal acima de 90%.

“Em crianças dentro da faixa etária e presentes na residência, foi realizada a vacina do imunizante que estava faltando, além de orientações aos pais e/ou responsável sobre a necessidade da vacinação”, informou.

A direção do departamento ligado à SMS acrescenta que as equipes das Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF) também realizam busca ativa das crianças. “Como o município tem 100% de cobertura em saúde da família, isso facilita identificar as crianças no território. Além disso, as unidades possuem um cartão-espelho da criança e, quando identificam que tem vacina em atraso, é solicitado que o agente comunitário de saúde entre em contato com o responsável”, destacou a pasta.

Em Barra Mansa, os números mostram que 58,4% das crianças menores de 5 anos foram vacinadas em 2022.

Foto: arquivo

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