A Câmara de Volta Redonda amanheceu na quinta-feira (dia 1º) com a presença do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público (Gaeco-MPRJ). A “visita” não foi para prestigiar nenhum evento solene organizado pela Casa Legislativa. O motivo foi bem diferente, o cumprimento de mandados judiciais de busca e apreensão expedidos pela 1ª Vara Criminal, dentro da primeira fase da operação ‘Prática Nefasta’. 

Por aproximadamente uma hora, os agentes permaneceram no gabinete 15, do vereador Antônio Regio Gonçalves Dias, o Lela (PSC). O parlamentar é investigado pela eventual contratação de servidores “fantasmas”. Equipes do Gaeco estiveram ainda na residência de Lela.

Foram apreendidos aparelhos de telefone celular, computadores e documentos. Também foi alvo da operação Jorge Amado Oliveira Cunha, servidor da Câmara Municipal de Volta Redonda.

Segundo denúncia do MPRJ, as investigações preliminares mostraram que “Baianinho do Salão”, como é conhecido, embora nomeado para o cargo de assessor comunitário no gabinete do vereador Lela, não comparece ao expediente na Câmara Municipal e trabalha como cabeleireiro no bairro Vila Americana.

Conforme consta no Portal da Transparência, o salário bruto de Baianinho no mês de abril foi R$ 8.732,22. Os documentos e dispositivos eletrônicos apreendidos na operação serão analisados para prosseguimento das investigações.

Poucas horas após os agentes do Gaeco deixarem a sede da Câmara Municipal, em um clima aparentemente de menor tensão, um grupo de vereadores se reuniu com representantes da concessionária Light para discutir os transtornos causados à população pela constante queda de energia elétrica em diversos pontos da cidade. Lela não estava presente.   

 Outro lado     

Em nota, o vereador Lela informou estar tranquilo para provar a sua inocência. Confira o comunicado na íntegra:

“Esclarecemos que todas as informações e documentações já foram entregues ao Ministério Público e estamos tranquilos quanto a nossa idoneidade. Informamos que a denúncia se refere à nomeação de um funcionário fantasma, o que não procede, pois o cargo de assessoria comunitário existe, e o assessor citado, Jorge Amado, o Baianinho, desempenha um excelente serviço junto às comunidades da nossa cidade”.

Apoio do prefeito

No momento em que o Ministério Público cumpria os mandados de busca e apreensão na sede da Câmara, o prefeito Neto (sem partido) participava de uma entrevista a uma emissora de rádio. Questionado sobre as denúncias contra Lela, o chefe do Executivo defendeu o parlamentar que integra a sua base de apoio.

“Eu vou esperar o final dessa investigação. Conheço muito o Lela, é uma pessoa nota mil. Acho que daqui a pouco as coisas serão esclarecidas”, afirmou o chefe do Executivo. “O Lela nunca pediu nada para ele, apenas para a população, em especial da Vila Americana”, completou.

Foto: MPRJ

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