A Câmara de Volta Redonda foi notificada no final da tarde de quinta-feira (dia 29) pela 3ª Vara Criminal Especializada em Organização Criminosa informando sobre o afastamento do vereador Vander Temponi (PTB), pela prática conhecida como ‘rachadinha’. O líder do governo Neto está proibido de frequentar as dependências dos Poderes Executivo e Legislativo do Município de Volta Redonda e do Estado do Rio pelo prazo de 180 dias.

Além disso, Temponi fica impedido de assumir, tomar posse ou ser nomeado para qualquer cargo público nas esferas municipal, estadual e federal. A Folha do Aço apurou que, por enquanto, o gabinete do parlamentar deve seguir em funcionamento. A tendência, porém, é que o primeiro suplente do PTB, engenheiro Sebastião Leite, ingresse com o pedido de liminar para assumir o cargo. A Mesa Diretora da Câmara, até o fechamento desta edição, não tinha se pronunciado a respeito da decisão judicial.

Denúncia

Além de Vander Temponi, outras quatro pessoas foram denunciadas pelo envolvimento no esquema criminoso e vão responder pelos crimes de organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro e usurpação de função pública. A ação penal é um desdobramento da Operação Prática Nefasta, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público (MPRJ).

O parlamentar nega as acusações. “Estou com a consciência tranquila e tenho certeza que tudo será resolvido”, disse, por meio de nota enviada à imprensa.

A denúncia recebida pelo Juízo da 3ª Vara Especializada em Organização Criminosa relata que o vereador estruturou uma organização criminosa para proporcionar o desvio de grande volume de dinheiro público. Isso era feito mediante a tomada sistêmica da maior parte do salário de servidores nomeados em seu gabinete, com entrega pessoal de valores em espécie, transferências em favor do próprio vereador ou a terceiros com quem Temponi mantinha compromissos.

A investigação identificou pelo menos 47 ocorrências de repasses de servidores ao vereador, entre janeiro de 2021 e julho de 2022. Ainda conforme a denúncia, os servidores ficavam com apenas cerca de R$ 1 mil dos mais de R$ 7 mil que recebiam oficialmente a título de salário. O documento encaminhado à Justiça aponta que o vereador praticou por diversas vezes o delito de lavagem de dinheiro com intuito de ocultar e dissimular a origem dessas remunerações que eram desviadas.

Pedido de prisão negado pela Justiça

O Ministério Público chegou a solicitar a prisão preventiva do vereador Vander Temponi (PTB), porém a Justiça optou por aplicar medidas cautelares. “Não se pode deixar de mencionar o poder de intimidação que o denunciado ‘Temponi’ impõe em seu meio, em razão do poder político que lhe foi atribuído. E quando o Estado deixa de prender seus próprios agentes, em especial quando causam medo às pessoas, está estimulando e alimentando esse ciclo, que deveria, ao contrário, ser interrompido”, diz um dos trechos da denúncia.

Durante as investigações, foram apresentados indícios que incluem a entrega pessoal de valores em espécie, transferências bancárias em benefício do próprio vereador, além de transferências para uma empresa familiar onde a esposa do parlamentar é sócia.

Também foram identificadas transferências em nome da filha do vereador e destinação de dinheiro a terceiros com quem ele possuía compromissos financeiros.

Vander Temponi está em seu primeiro mandato na Câmara de Volta Redonda. Ele foi indicado pelo prefeito Neto (sem partido) para ser líder de seu governo.

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