Moradores da Rua José de Abreu, no bairro São Sebastião, em Barra Mansa, convivem com o medo de desmoronamento de uma área próxima de suas residências. Uma verdadeira cratera, que impressiona pelo tamanho, se abriu. Seis imóveis estão com risco de desabamento.

Apesar dos apelos da comunidade, o poder público segue sem apresentar uma solução. Segundo a Prefeitura, a erosão teria como origem uma rede mista (esgoto e águas pluviais) instalada na localidade há cerca de 20 anos pelo Saae de Barra Mansa. Nestas duas décadas, o serviço teria solapado o terreno, provocando o deslizamento da terra. A situação é agravada no período das chuvas.

Um dos imóveis em risco de desabamento foi interditado no último dia 12, após uma forte chuva. A moradora do local, identificada como Maria das Graças Rodrigues Alves, de 72 anos, está abrigada na casa de uma filha, no Santo Agostinho, em Volta Redonda.

Os móveis e outros objetos da idosa foram deixados na casa de uma vizinha. O cão de estimação foi acolhido pelo ex-marido dela.   Como aluguel-social, a Prefeitura oferece a quantia de R$ 300. “Quero ter minha casa de volta. É uma casa simples, construída com muito sacrifício. E a gente não tem respostas nem do Saae nem da prefeitura”, reclama dona Maria.

Residindo no bairro há cinquenta anos, Júlio Correa Ribeiro, de 80 anos, construiu mais duas casas para alugar e reforçar a aposentadoria. Uma estava ocupada pelo irmão. A outra ele já não conseguia alugar devido ao risco.

“Eles [o Saae] assumem a culpa, mas não resolvem nada. Minha casa corre risco de ser interditada”, afirma. De acordo com ele, depois que as casas começaram a ser construídas, o Saae fez a instalação da rede, que deveria, no seu entendimento, ser levada até o Nove de Abril, o que não foi feito por conta do baixo caimento. Assim, a rede termina no terreno que está desmoronando.

 A situação foi denunciada ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), inclusive com o pedido para que seja apurado um eventual crime ambiental.

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