O Sul Fluminense tem sido palco de transformações demográficas nos últimos anos, conforme aponta o Censo 2022. O levantamento estatístico divulgado semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que a região tem 1.057.261 habitantes, um aumento de 6.708 pessoas em 12 anos.

Os dados do Censo são instrumentos importantes para o planejamento de políticas públicas, principalmente nas áreas educacionais, de saúde e previdenciárias, além de definir valores transferidos para os Fundos de Participação dos Municípios. Neste contexto, destacam-se os dados sobre o crescimento global de habitantes e suas implicações nas cidades da região.

Maior cidade da região e a terceira maior do interior do estado, Volta Redonda, por exemplo, revelou um aumento populacional de aproximadamente 3.781 pessoas. A cidade passou de 257.803 habitantes em 2010 para 261.584 em 2022. Um crescimento tímido, mas que destaca a importância de políticas que acompanhem essa demanda em constante expansão, tanto no aspecto de infraestrutura quanto nas áreas de saúde, educação e segurança.

 BM queda e Resende

maior crescimento

Ao contrário da cidade vizinha, Barra Mansa registrou uma redução de 7.914 habitantes, passando de 177.813 em 2010 para 169.899 em 2022. A Folha do Aço tentou ouvir a Prefeitura sobre a análise desse resultado, para compreender as razões por trás dessa queda, no entanto, até o fechamento desta edição não obteve resposta da Assessoria de Comunicação.

Por outro lado, Resende experimentou crescimento em seu número de habitantes. Em 2010, a cidade contava com 119.769 pessoas, e, 12 anos depois, esse número aumentou para 129.612, ou seja, mais 9.843 novos indivíduos, também destacando a necessidade de investimentos em áreas que impactam diretamente a qualidade de vida da população.

 Região

Considerando as 13 cidades que compõem a região Sul Fluminense, o número total de habitantes aumentou de 6.708 pessoas em 12 anos, chegando a 1.057.261, segundo o Censo do IBGE. É importante ressaltar que o crescimento não é uniforme em todas as localidades.

Enquanto Volta Redonda, Resende, Itatiaia, Piraí, Pinheiral, Porto Real e Quatis apresentaram aumento populacional, Barra Mansa, Angra dos Reis, Barra do Piraí, Valença, Vassouras e Rio Claro tiveram queda no número de habitantes.

 Censo IBGE

O Censo promovido pelo IBGE serve como ferramenta fundamental para o planejamento de políticas públicas e tomada de decisões baseadas em evidências. O levantamento populacional fornece informações sobre a distribuição demográfica e suas tendências, permitindo que gestores públicos possam desenvolver estratégias adequadas para atender às demandas das comunidades.

A partir desses dados, é possível identificar áreas em que é necessário investir em infraestrutura, como transporte, saneamento básico e abastecimento de água, para acompanhar o crescimento populacional e garantir uma melhor qualidade de vida para os cidadãos.

Além disso, o Censo também auxilia no planejamento de políticas educacionais. Com o aumento da população, é necessário garantir o acesso à educação de qualidade, bem como a oferta de vagas nas escolas e creches. Com base nas informações coletadas, é possível dimensionar a demanda por educação em cada município e direcionar os investimentos de forma adequada.

A área da saúde também se beneficia dos dados fornecidos pelo Censo. Com o crescimento populacional, é preciso ampliar a infraestrutura de atendimento, como a construção e reforma de hospitais, postos de saúde e unidades de pronto atendimento. Além disso, é possível identificar grupos populacionais que demandam atenção especial, como idosos e crianças, e direcionar recursos e programas de saúde de acordo com essas necessidades.

Com aumento populacional de 1,13%, VR destaca importância das obras em andamento

O crescimento populacional traz consigo desafios e oportunidades. É por meio dos dados demográficos que os governantes podem direcionar os investimentos. Maior cidade da região e a terceira maior do interior do estado, com 261.584 habitantes, Volta Redonda conta, segundo a Prefeitura, com diversas obras em andamento para acompanhar o crescimento populacional registrado de 1,13% em 12 anos.

Conforme o governo municipal, uma das maiores intervenções é na mobilidade urbana. Está em andamento o projeto, orçado em R$ 90 milhões, em parceria com o governo do estado, para a construção de dois viadutos, uma nova ponte sob o Rio Paraíba do Sul, criação de corredor com 15 quilômetros de faixas exclusivas para ônibus e construção de 18 quilômetros de ciclovias.

Outra área que merece atenção é a saúde. Os dois hospitais municipais (São João Batista e do Retiro), além da UPA do Santo Agostinho, estão sendo reformados e ampliados para atender à população que busca atendimento no SUS (Sistema Único de Saúde). São R$ 27,7 milhões em investimentos, que contemplam ainda a reforma de 20 unidades básicas de saúde.

O Hospital da Criança, que está sendo erguido ao lado do Retiro, com R$ 15 milhões em investimentos, também vai ampliar a capacidade de atendimento das crianças na cidade, reforçando seu papel no atendimento de urgência e emergência pediátrica.

A prefeitura está realizando obras para aumentar a oferta de vagas para a Educação Infantil. Serão mais 500 com a abertura de uma nova creche no bairro Tangerinal. A unidade funcionará no antigo campus do UniFOA, que passa por adaptações na infraestrutura para receber os alunos. O público-alvo da creche é formado por crianças de zero a três anos, que vão ocupar as vagas para berçário (a partir de três meses) e maternais I, II e III, todas em tempo integral.

No caso da segurança, a administração investe na aquisição de câmeras de monitoramento, incluindo as que fazem a leitura de placas – atualmente são 700 equipamentos espalhados por toda a cidade; aumento no policiamento em áreas de maior movimentação de pessoas, através da Operação ‘Segurança Presente’ e do Programa Estadual de Integração na Segurança (Proeis), e a capacitação de agentes.

O governo municipal tenta garantir infraestrutura suficiente para atender aos mais de 261 mil habitantes com acesso à água potável. Mais de cinco quilômetros de tubulação da Avenida Almirante Adalberto de Barros Nunes, a Beira-Rio, foram trocados. O investimento de R$ 13 milhões permite que cerca de 130 mil habitantes sejam beneficiados, já que a tubulação anterior contava com um histórico de rompimentos e falta d’água.

O Saae-VR, por sua vez, também investirá quase R$ 100 milhões para melhorar o abastecimento na cidade. Entre as melhorias está a construção de uma nova Estação de Tratamento de Água (ETA), dobrando a atual capacidade de abastecimento. O investimento é em torno de R$ 80 milhões e acontece em parceria com o Governo do Estado.

O crescimento populacional também impõe o desafio de criar postos de trabalho para a população e, segundo a PMVR, muitas oportunidades estão sendo geradas com a expansão do Grupo Royal, com uma nova loja na Vila Santa Cecília e uma central de distribuição na BR-393, gerando mais 800 empregos diretos e tantos outros indiretos; a chegada do Grupo Assaí, que, pelo projeto, serão R$ 50 milhões em investimentos, e pelo menos 500 empregos diretos; as obras de expansão do Sider Shopping, na Vila, com a abertura de mais 60 lojas, com a geração de pelo menos mais 300 empregos diretos.

 Ainda há a expectativa de novas empresas se fixarem na cidade com a abertura do condomínio industrial. Localizado às margens da Rodovia Presidente Dutra, no bairro Roma, o parque industrial de 50 mil metros quadrados deve hospedar cerca de 15 empresas.

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