Um dos quatro policiais mortos na megaoperação deflagrada nesta terça-feira (dia 28) contra o Comando Vermelho (CV) nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio, iniciou a carreira na Guarda Municipal de Volta Redonda (GMVR). O 3º sargento Cleiton Serafim Gonçalves, de 40 anos, integrava o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e foi baleado na região do abdômen durante os confrontos que deixaram, até por volta das 14h30min, 60 mortos, 81 presos e 75 fuzis apreendidos.
Serafim, nome que carregava na farda, era natural de Mendes. Ele ingressou na Guarda Municipal de Volta Redonda em 2008, após aprovação em concurso público. Depois de alguns anos na corporação, foi aprovado no concurso da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ). No Bope, era reconhecido pelos colegas pela experiência em operações de alto risco e pela liderança discreta no campo de batalha. Ele casado, e deixa esposa e filha.
Ex-companheiros de farda da GMVR lembram que Cleiton sempre demonstrou vocação para a área militar. “Era um profissional comprometido, que acreditava na missão de proteger a sociedade. Todos ficaram muito abalados com a notícia”, contou um servidor que trabalhou com ele na época e pediu para não ser identificado.
Além de Cleiton Serafim, morreram o inspetor Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho, de 51 anos. conhecido como Máskara e chefe de investigação da 53ª DP (Mesquita), o inspetor Rodrigo Velloso Cabral, de 34 anos, da 39ª DP (Pavuna), que havia tomado posse na Polícia Civil há apenas quatro meses, e o sargento da polícia militar Heber Carvalho da Fonseca, também do Bope.
Operação de grande porte
A ação, que reuniu cerca de 2,5 mil agentes das polícias Civil e Militar, contou com o apoio de promotores do Ministério Público do Rio. O objetivo era cumprir 100 mandados de prisão e 150 de busca e apreensão contra chefes do tráfico que atuam em 26 comunidades dos complexos do Alemão e da Penha.
Durante o confronto, um delegado da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) foi baleado e levado para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha. Ele passou por cirurgia e seu estado é considerado gravíssimo.
Criminosos reagiram à operação com bloqueios e incêndios em diversas vias da cidade. Ônibus e caminhões foram usados como barricadas na Autoestrada Grajaú–Jacarepaguá, no Méier, em Anchieta e em trechos da Avenida Brasil e da Linha Amarela, o que obrigou motoristas a retornarem na contramão.
“O Rio está sozinho nessa guerra”, diz governador
Na tarde desta terça-feira, o governador Cláudio Castro (PL) afirmou que o combate ao crime organizado no estado já superou a capacidade das forças estaduais e cobrou apoio federal.
“Essa operação tem muito pouco a ver com segurança pública. É uma operação de Estado de Defesa. É uma guerra que está passando dos limites. O Rio está sozinho nessa guerra”, declarou Castro.













































