Diz o ditado popular que “o seguro morreu de velho”. A expressão refere-se à prudência e à sabedoria de se antecipar a possíveis problemas. Em Volta Redonda, sinais evidentes de que a falta de conservação urbana poderia desencadear em graves consequências à população começaram a surgir no final de 2023. Infelizmente, o que era prenúncio se tornou realidade: uma nova crise assola o município, mais vez na área da saúde, com a explosão de casos de dengue.

A secretaria municipal de Saúde está prestes a declarar nos próximos dias que a cidade enfrenta uma epidemia de dengue. Para que tal medida seja tomada, é necessário que as infecções atinjam a marca de 300 casos para cada 100 mil habitantes. No entanto, Volta Redonda já registrou alarmantes 2.103 casos da doença nas oito primeiras semanas de 2024, resultando em uma incidência assustadora de 804,1 casos para cada 100 mil habitantes. Além disso, há três óbitos em investigação, evidenciando a gravidade da situação.

Antes de alcançar o estágio de epidemia, a cidade passou pelo estágio de surto da doença, caracterizado por um aumento repentino de casos acima do esperado. Esse aumento já era perceptível desde o final de 2023, mas as ações de combate só começaram efetivamente em 6 de janeiro, quando a cidade já acumulava 250 casos em dezembro e mais 158 apenas na primeira semana de janeiro.

Até o momento, a força-tarefa da Prefeitura tem se concentrado em combater a dengue em dez bairros. O prefeito Neto (PP) anunciou a abertura de três novos pontos de hidratação para reforçar o enfrentamento à doença, em entrevista a um programa de rádio.

Entretanto, a demora no início das ações de manutenção e conservação urbana por parte da secretaria municipal de Infraestrutura (SMI) levanta questionamentos. O prefeito Neto não explicou os motivos dessa demora, que contribuíram para a proliferação de possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor não apenas da dengue, mas também da zika e Chikungunya. A cidade se viu cercada pelo mato, ambiente propício para a reprodução do vetor, evidenciando a falta de prevenção.

Somente em 7 de fevereiro, quando os números de casos de dengue já estavam em níveis alarmantes, é que o governo municipal assinou um contrato de prestação de serviços complementares e não rotineiros com uma empresa para realizar ações de prevenção à dengue. O contrato, no valor de R$ 5,8 milhões, divididos em 12 parcelas, prevê a limpeza urbana e manutenção das áreas verdes em espaços públicos, com o fornecimento de mão de obra e ferramentas necessárias.

“80% dos focos de dengue estão dentro das casas”, diz Vigilância Ambiental de VR

A batalha contra a dengue em Volta Redonda revela um fato alarmante: mais de 80% dos focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor não apenas da dengue, mas também da chikungunya e zika, estão dentro das próprias residências dos moradores. Essa informação foi constatada durante as vistorias realizadas pelos agentes de endemia durante a força-tarefa contra a dengue promovida pela Prefeitura.

Os esforços para combater a proliferação do vetor continuam, e os próximos bairros a receberem a atenção especial da força-tarefa serão São Lucas, São Carlos e São Cristóvão. As datas dessas ações serão divulgadas por meio das redes sociais do Palácio 17 de Julho, sede do governo municipal.

“Após as visitas dos agentes, as larvas que são coletadas dos possíveis focos são trazidas para o laboratório da Vigilância Ambiental, onde são analisadas e diferenciadas, levando em consideração as espécies de mosquito. De posse dessas informações, os profissionais conseguem traçar melhor as nossas ações, sabendo quais os principais locais em que o Aedes está se desenvolvendo e em quais criadouros. É importante que continuemos a manter as nossas residências livre do mosquito”, finalizou Janaína Soledad, coordenadora da Vigilância Ambiental.

É importante ressaltar que a colaboração da população é fundamental nessa luta. Denúncias sobre possíveis focos de dengue podem ser feitas através do número 156 ou diretamente à Vigilância Ambiental, de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h, pelos números (24) 99233-4480 (WhatsApp) e 3512-8498.

Foto: Divulgação PMVR

1 COMENTÁRIO

  1. O matagal na rua 165 na Vila Santa Cecília, que já reclamamos diversas vezes na SMI, já ultrapassa 2 metros de altura. E olha, que é uma Rua nobre, atrás do Centro Médico do Hospital da CSN. O local é frequentado por pessoas de VR e outras cidades que aqui vem tratar no Hospital e Centro Médico. Ou seja, a conclusão que essas pessoas tem, é de RELAXAMENTO no CUIDAR mínimo da cidade.
    Falta GERENCIAMENTO na Prefeitura. Agora o IPTU vai chegar com certeza.

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