Não é de hoje que a área da saúde é o calcanhar de aquiles da administração do prefeito Neto (DEM). Foi assim nos quatro governos anteriores e segue sendo em sua volta ao Palácio 17 de Julho.

A lista de questionamentos é extensa, começando pela ausência de médicos nas unidades básicas. A marcação de consultas com especialistas, então, é um verdadeiro suplício. Um morador do bairro Ilha Parque, por exemplo, aguarda desde 27 de agosto o agendamento com cardiologista, urologista, neurologista e geriatra.  “Poderiam aproveitar a pandemia para contratar médicos, mas o prefeito prefere pintar praças”, disparou o idoso, que preferiu não ser identificado.

Os problemas na saúde de Volta Redonda passam também pelo fornecimento de remédios controlados. Em alguns casos, o atraso tem chegado há oito meses. Esta é a situação de um paciente hemofílico de 16 anos. Com quadro grave da doença, ele faz uso constante de duas medicações, uma delas, no entanto, está em falta na Farmácia Municipal, o Trileptal de 300mg.

 A mãe do jovem foi informada que não há qualquer previsão de compra da medicação por parte da secretaria de Saúde, mesmo com uma decisão expedida pela Justiça determinando o repasse ao paciente.

“Cada hora é falado uma coisa. Que não foi feita licitação, que não comprou, e vão empurrando a situação. Minha família se junta para poder comprar, mas chegou o momento em que não temos mais recursos e ele pode ficar sem a medicação”, disse Daniele Nascimento Braga. Uma caixa contendo 60 comprimidos custa, em média, R$ 160.

Atraso do Hemorio

A família do jovem, morador do bairro Barreira Cravo, também foi surpreendida durante a semana com o atraso na medicação enviada pelo Hemorio (que pertence a Fundação Estadual de Saúde). No entanto, após a situação ser relatada nas redes sociais, foi feito contato e a medicação entregue à família.

 “Meu filho precisava de uma dose emergencial, pois estava com sangramento no cóccix. Ele toma três vezes por semana como profilaxia, mas necessitávamos da medicação em função do hematoma, causado pela falta de coagulação do sangue. Mas, por essa semana, foi solucionado. Precisamos agora do anticonvulsivo que é fornecido pela Prefeitura de Volta Redonda”, explicou Daniele.

 Hemofilia

 A Hemofilia A é um distúrbio de coagulação grave e na maioria das vezes hereditário, no qual o sangue do indivíduo não coagula adequadamente, podendo levar a um sangramento sem controle, que pode ser ocasionado até espontaneamente ou por um pequeno trauma.

 “Para ter uma ideia, por causa do hematoma ele não estava nem sentando, pois estava enorme. Fora a dor muito forte que ele sente. É uma doença grave e pode levar o paciente até a perder um membro por causa do sangramento”, pontuou a mãe do jovem.

Pessoas com Hemofilia A não produzem ou apresentam níveis muito baixos de uma proteína essencial chamada fator VIII, que desempenha um papel crucial na coagulação sanguínea. Ela pode sangrar por um período mais prolongado daqueles que não têm a doença e os sangramentos recorrentes podem levar a um comprometimento significativo, especialmente das articulações.

Estes sangramentos podem constituir um problema de saúde significativo, já que costumam causar dor, podendo levar a inchaço crônico, deformidade, redução da mobilidade e dano articular no longo prazo. Além do impacto na qualidade de vida da pessoa, esses sangramentos podem ameaçar a vida se ocorrerem em órgãos vitais, como o cérebro.

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