A construção da nova sede da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência, no Jardim Paraíba, entrou oficialmente para a lista de obras atrasadas da gestão Neto (PP). Prevista para ser concluída em oito meses, a empreitada já acumula mais de um ano de atraso.
No último dia 19, a Prefeitura assinou o quarto termo aditivo ao contrato com a Construflex Soluções e Serviços, estendendo a execução por mais quatro meses. O custo da obra é de R$ 2,5 milhões, financiados com recursos próprios do município e apoio do Governo do Estado. O imóvel está localizado na Rua 548, ao lado do Centro-Dia Synval Santos, próximo ao Estádio da Cidadania.
A promessa inicial era de entrega ainda no ano passado, mas os prazos sucessivos vêm transformando o projeto em uma novela administrativa. Para aumentar a ironia, há apenas dez dias a Secretaria Municipal de Comunicação divulgou que a construção “segue em ritmo avançado”. Difícil conciliar discurso e realidade: se o ritmo fosse mesmo acelerado, a SMPD já estaria funcionando em sua nova casa, e não em um canteiro de obras sem previsão de entrega.
Segundo a Construflex, a estrutura metálica foi concluída e as lajes dos dois pavimentos já foram assentadas. A empresa garante que a parte de alvenaria, emboço e instalações hidrossanitárias e elétricas está em fase final, o que permitirá iniciar, nos próximos dias, os trabalhos de acabamento, como forro, piso, contrapiso e revestimento dos banheiros.
O secretário Washington Uchôa demonstrou otimismo: “Estamos muito animados com a proximidade da conclusão das obras. Quando entrar em atividade, a nova sede vai oferecer uma estrutura ainda melhor, com mais acessibilidade e conforto, de acordo com as necessidades das pessoas atendidas pela SMPD”.
O projeto arquitetônico prevê um prédio de dois andares, com salas especializadas para autismo, cursos de Libras, laboratórios de tecnologia assistiva, ambientes multissensoriais, auditório, cozinha adaptada e biblioteca com acervo em braile. A estrutura deverá abrigar também uma equipe multiprofissional, formada por psicólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, assistentes sociais e pedagogos.
O prefeito Neto (PP) também mantém o discurso positivo: “Temos acompanhado de perto o andamento das obras, e fico muito feliz em ver que a nova sede da SMPD vai oferecer uma estrutura que será referência para todo o país”.
Na prática, porém, a entrega se mostra cada vez mais distante. A SMPD continua funcionando em um imóvel alugado no Aterrado, enquanto o novo prédio, vendido como símbolo de acessibilidade e modernidade, segue preso ao cronograma de aditivos contratuais. Mais uma promessa de governo que, ao invés de ser concluída dentro do prazo, derrapa no tempo.