O uso de máscara contra a Covid-19 já não é mais obrigatório em Volta Redonda e Barra Mansa, conforme decisão anunciada na quinta-feira (dia 10) pelas duas prefeituras. A medida segue decreto editado pelo governo do estado dando aos 92 municípios fluminenses autonomia para acabar com a cobrança de uso do acessório.

A decisão divide a opinião de dirigentes de um dos setores mais afetados pela pandemia: o comércio. Com sinais de recuperação nos últimos meses, a preocupação é que uma flexibilização precipitada coloque tudo a perder.

O receio se justifica, afinal, para quem atua no comércio foram quase dois anos de incertezas, com fechamentos inesperados das portas, medidas rígidas de funcionamento, além da consequente queda na demanda, um reflexo natural da baixa na renda e na confiança do consumidor.

A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e o Sindicato do Comércio Varejista (Sicomercio) de Volta Redonda informaram que, independentemente da decisão na cidade, continuarão orientando sobre as medidas preventivas que foram definidas pela Saúde do município. “As entidades entendem que a suspensão do uso de máscara é uma decisão das autoridades de saúde com base no mapeamento dos casos e da bandeira”, disseram em nota.

Já o presidente da Associação Comercial Industrial e Agropastoril Aciap-VR, Luis Fernando Cardoso, acredita que o momento ainda é de incerteza. “Eu acho que a pandemia é cheia de altos e baixos. Quando ela diminui, podemos flexibilizar o uso da máscara, e quando ela dispara, temos que usar a máscara de novo. Isso vai depender da região, de cidade para cidade e de estado para estado. Com a pandemia aprendemos que tudo muda muito rápido”, pontuou Luis Fernando.

Na vizinha cidade de Barra Mansa, o presidente da Aciap local, Matheus Gattás, reforça a importância de se confiar na capacidade dos profissionais de saúde, que indicam a liberação ou não do uso das máscaras. “Assim como confiamos quando eles avaliaram que o uso fosse obrigatório, hoje confiamos também na opinião deles quanto à liberação. E acho que tem que ser facultativo, quem deseja usar, que ainda não se sinta seguro, deve permanecer usando. Isso vale não só para as pessoas que transitam nas ruas, mas também para os funcionários do comércio. Aquele funcionário que ainda não se sentir seguro, até pela quantidade de atendimentos que faz de pessoas com quem lida todos os dias, acho que deve permanecer usando durante o seu período de trabalho em local aberto, mesmo sendo o uso facultativo”, comentou.

Matheus lembra ainda que há um período de riscos, amenizado com a queda na incidência da Ômicron e o aumento da taxa de vacinação, mas ainda assim um período pandêmico. “Então, o que vale é a atenção de todos com os cuidados, que acabam sendo feitos de forma individual”, completou.

A CDL de Barra Mansa vê a medida como positiva e atribui a ação de flexibilização à alta cobertura vacinal e à redução no número de contaminações e internações por Covid. “Isso reflete positivamente no comércio, mas é claro que cada um deve ter sua consciência de saber identificar algum sintoma e usar máscara para proteger ao próximo”, explicou o presidente da entidade, Leonardo dos Santos.

Para o empresário, a medida devolverá à população a sensação de liberdade, segurança e normalidade. “E com relação ao comércio, a CDL Barra Mansa recomenda que todos precisam ser conscientes, tanto comerciantes e comerciários como o próprio consumidor. Continuar higienizando bem as mãos e utilizando álcool em gel são ações que devem ser mantidas e que vão continuar ajudando a nos protegermos”, reforça.

A Firjan também se posicionou a respeito do uso de máscara em locais fechados e vem recomendando às empresas que mantenham a medida entre os seus empregados. “Ainda está vigente a portaria interministerial 14, divulgada em conjunto entre os ministérios da Saúde e do Trabalho e Previdência, em janeiro deste ano. Essa norma estabelece o distanciamento social em locais de trabalho e o uso de máscaras, entre outras medidas”, acrescenta.

Na região, o uso do acessório de proteção já não é mais obrigatório em municípios como Resende, Valença e Paraty.

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