Quase 48 horas após a divulgação do resultado das Eleições que confirmou Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como o próximo presidente do Brasil, o atual chefe de estado, Jair Bolsonaro (PL), falou pela primeira vez na tarde desta terça-feira (dia 1º). O pronunciamento do presidente vinha sendo aguardado desde domingo (dia 30).
Em um discurso curto, de cerca de dois minutos, Bolsonaro agradeceu pelos votos recebidos, não citou Lula e disse jogar dentro das quatro linhas da Constituição. “Nossos sonhos seguem mais vivos que nunca. Somos a ordem e o progresso”, definiu. O presidente ainda disse que “manifestações pacíficas são bem-vindas, mas os métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedade, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir”.
Após o pronunciamento, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, afirmou que foi autorizado a dar início à transição.
Eleições 2022
Com a margem estreita de menos de 1% dos votos, a população brasileira elegeu no domingo (dia 30) o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para governar o país pelos próximos quatro anos. Lula foi declarado eleito pelo TSE com 50,90% dos votos, enquanto seu adversário, o atual presidente Jair Bolsonaro (PL), levou 49,10% .
Aos 77 anos e disputando a sua 6ª eleição presidencial, o ex-sindicalista vai assumir, ao lado do vice, Geraldo Alckmin, seu terceiro mandato frente ao Palácio do Planalto, tendo sido eleito nos pleitos de 2002 (2003-2006) e de 2006 (2007-2011).
Manifestações nas rodovias
A vitória de Lula desencadeou intensos protestos entre caminhoneiros de todo o país. Inconformados com o resultado das eleições, os manifestantes tomaram as estradas impedindo a passagem de milhares de pessoas. A PRF chegou a registrar mais de 200 pontos de interdições em rodovias do país. Só no estado do Rio, foram, pelo menos, 16 bloqueios causados pelos protestos.
Na noite de segunda-feira (dia 31), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou a imediata desobstrução das rodovias bloqueadas por caminhoneiros em todo o país. Na decisão, o magistrado ainda exigiu a prisão do diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, em caso de descumprimento.
Imagem: Reprodução