O que seria uma viagem para tratar do acordo coletivo 2023/2024 com a direção da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) acabou se transformando em uma verdadeira porta na cara. A situação, até certo ponto constrangedora, foi vivenciada na quarta-feira (dia 5) por representantes de cinco categorias de trabalhadores vinculados à empresa.

Composta por representantes dos sindicatos dos Metalúrgicos, Engenheiros (Senge-VR), Metabase de Congonhas-MG, dos Vigilantes de Volta Redonda e dos Portuários do Rio, a comitiva foi até a sede administrativa da CSN em São Paulo, para entregar a pauta unificada de reivindicações dos trabalhadores, aprovada na última semana.

“De forma vergonhosa, a CSN não nos recebeu para protocolar a pauta. Isso é uma atitude antidemocrática, que não condiz com o processo de negociação, primando pelo respeito e pelo diálogo. Os seguranças chegaram a passar pelo rádio uma comunicação para o funcionário do protocolo de correspondência não receber nenhum documento”, disse Fernando Jogaib, presidente do Senge-VR.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Edimar Miguel, contou que na noite de terça-feira (dia 4), alguns representantes de Volta Redonda, do Porto e Minas receberam telefonemas dos RH’s da empresa orientando para não irem a São Paulo, pois não seriam recebidos.

“Foi constrangedor e humilhante a forma como a empresa nos tratou. Além de tudo somos trabalhadores e merecíamos respeito. A negociação não será fácil, mas não vamos desistir, pelo contrário, ganhamos mais força para seguir lutando por nós homens e mulheres de aço”, ressaltou Edimar Miguel, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense”.

Demandas

Além da pauta unificada que seria entregue à empresa, a conversa com a CSN abordaria outros itens aprovados em assembleias realizadas com as cinco categorias. Os engenheiros, por exemplo, aprovaram a reivindicação de implantação do piso salarial mínimo, de 8,5 salários mínimos. Já para os metalúrgicos, a demanda é que o piso seja de dois salários mínimos.

Os itens que serão negociados para todos os trabalhadores se referem ao reajuste salarial, que deverá ser calculado pelo INPC pleno, no período anual, e mais o ganho real, com a recomposição das perdas dos últimos seis anos, somando o total de 20 a 22%. Além disso, um cartão alimentação no valor de R$ 1 mil, com direito a todos os trabalhadores ativos, assim como aos afastados por auxílio-doença, auxílio-doença acidentário, doença ocupacional e/ou profissional e as trabalhadoras que estejam em licença maternidade.

Sobre a PLR, a reivindicação é de 10% do lucro operacional (EBITDA) igual para todos os trabalhadores ativos e demitidos no exercício de 2022. As categorias irão pleitear o fim do banco de horas, com o pagamento de todas as horas extras, trabalhadas no período de apuração ao mês correspondente, acrescidos dos adicionais.

Outra reivindicação diz respeito às horas extras, com adicional de 100% por horas extras trabalhadas de segunda a sábado; adicional de 200% para domingos e feriados. E que a empresa se comprometa a não exigir do trabalhador, duas horas extras diárias. A pauta reafirma a jornada de trabalho de 36 horas/semanais. Além do piso salarial de dois salários mínimos e o fim do desvio de função.

Foto: divulgação

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