Apesar dos sinais de recuperação no número de automóveis fabricados no terceiro mês de 2023, o clima é de tensão entre os trabalhadores de empresas que integram o Consórcio Modular que atende a Volkswagen Caminhões e Ônibus, antiga MAN Latin America, em Resende. Funcionários terceirizados foram surpreendidos durante a semana com o comunicado de demissão.

No chão da fábrica, o comentário é que o corte de pessoal atinja até 300 empregados nos próximos dias. Os alvos do “facão” seriam operadores, líderes de turno e até gerentes. As dispensas ocorrem menos de uma semana após a direção do Sindicato dos Metalúrgicos concordar com a proposta do Consórcio Modular da Volks de suspensão de contrato de trabalho pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). O acordo vai valer para o período de 2 de maio até 31 de dezembro deste ano, com grupos de trabalhadores com contratos suspensos por 90 dias. “Procurei o meu líder e ele não explicou o motivo da minha demissão. Você pergunta o motivo e qual critério, e a resposta é que a ordem veio do RH”, revela uma operadora de logística demitida na terça-feira (dia 11).

A agora ex-funcionária da JSL, uma das maiores empregadoras da fábrica da Volks, afirma que nem a forma de pagamento dos direitos trabalhistas a que tem direito foi comunicada. “A empresa não comunicou se tenho direito ao vale alimentação, que é pago todo dia 15, sendo que o pagamento do salário é no dia 30. Não falaram terei direito à PLR ou não”, disse a metalúrgica, que pediu para ter a identidade preservada.

Questionada se recebeu algum apoio do Sindicato dos Metalúrgicos, a operadora foi incisiva. “Você liga e ninguém atende. E para ser bem sincera, nem sabia que existia uma sede do Sindicato dos Metalúrgicos em Resende”, pontua.

A Folha do Aço entrou em contato com o presidente do SindMetal, Edimar Miguel, que informou não ter tomado conhecimento das demissões. “Vou apurar”, disse o sindicalista na tarde de quinta (dia 13).

 Acordo

Pelo acordo da suspensão de contrato de trabalho dos metalúrgicos da Volks Caminhões e Ônibus, os trabalhadores do Consórcio Modular envolvidos receberão o pagamento da 1ª parcela da PLR, no valor de R$ 5 mil, previsto para  o dia 31 de maio.

Segundo o Sindicato, essa medida foi tomada “no sentido de garantir os postos de trabalho e evitar demissões com a utilização dos recursos do FAT”.

Ainda conforme o acordo, os trabalhadores terão uma bolsa de qualificação, com garantia de todos os benefícios e pagamento 100% do salário líquido. Foi garantido também, o Cartão Alimentação, além do pagamento integral da PLR e 13º salário.

“Além do compromisso que não haverá demissões sem justa causa e os companheiros terão o compromisso de participar do curso de qualificação online”, destacou o SindMetal, por meio de boletim.

Foto: reprodução da internet

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