Nos últimos anos, o Brasil tem enfrentado desafios significativos no combate às arboviroses — doenças virais transmitidas por insetos e aracnídeos —, especialmente com o ressurgimento do sorotipo 3 da dengue (DENV-3) e a expansão do vírus Oropouche para regiões anteriormente não afetadas.

Dengue Tipo 3: Retorno e Preocupações

Após mais de uma década sem circulação predominante, o DENV-3 voltou a se espalhar pelo país nos últimos dois anos, tornando-se o sorotipo dominante em 2025. Essa mudança epidemiológica é particularmente preocupante, pois grande parte da população, especialmente os mais jovens, não possui imunidade prévia contra esse sorotipo, aumentando o risco de infecções e casos graves.

Os sintomas da dengue tipo 3 são semelhantes aos dos outros sorotipos: febre alta, cefaleia, dor atras dos olhos, dor muscular, náuseas, prostração e exantema — uma erupção geralmente avermelhada que aparece na pele devido à dilatação dos vasos sanguíneos ou inflamação. No entanto, o DENV-3 apresenta um maior potencial para complicações, podendo evoluir para formas graves da doença, com sinais de alarme, choque e hemorragias. O Dr. Luiz Henrique Sangenis, professor e coordenador de Infectologia do curso de Medicina do UniFOA e médico infectologista da Fundação Oswaldo Cruz, destaca: “O tipo 3 tem maior potencial de causar complicações ou agravamento da doença. Há maior risco de evolução para dengue grave, sinais de alarme, choque e sangramentos.”

Em 2024, Volta Redonda registrou o segundo maior número de casos de dengue no estado do Rio de Janeiro, ficando atrás apenas da capital. Embora ainda não haja relatos de casos do DENV-3 em Volta Redonda em 2025, a proximidade geográfica com áreas afetadas exige vigilância constante.

Vírus Oropouche: Expansão para Novas Regiões

Identificado inicialmente no Brasil há 60 anos e restrito por décadas à região Norte, especialmente ao Pará, o vírus Oropouche tem se espalhado para outras regiões do país. Em 2024, diversos casos foram registrados no Rio de Janeiro e em outros estados fora da Amazônia.

Somente nas primeiras quatro semanas de 2025, o Brasil contabilizou mais de 2.000 casos de febre do Oropouche, com o Espírito Santo concentrando 95% dos diagnósticos, seguido por Minas Gerais e Rio de Janeiro.

A febre do Oropouche apresenta sintomas semelhantes aos da dengue e chikungunya, incluindo febre de início súbito, cefaleia intensa, dor muscular, dor nas articulações e exantema, o que dificulta o diagnóstico diferencial. A transmissão ocorre principalmente através da picada do mosquito pólvora (Culicoides paraensis), comum em quase todas as regiões do Brasil, especialmente em áreas rurais. No Rio de Janeiro, há ampla distribuição desse mosquito, particularmente na região Serrana e no Sul Fluminense.

Medidas de Prevenção e Atendimento

Para prevenir a dengue tipo 3, é fundamental eliminar os criadouros do Aedes aegypti, evitando o acúmulo de água parada. Além disso, a vacinação é uma ferramenta importante na prevenção da doença.

No caso da febre do Oropouche, recomenda-se o uso de roupas claras e de mangas compridas, aplicação de repelentes à base de DEET ou icaridina e a manutenção de jardins e quintais, mantendo-os limpos e evitando o acúmulo de matéria orgânica que serve de habitat para o maruim.

Serviços de Urgência e Emergência no H.FOA

O Hospital da Fundação Oswaldo Aranha (H.FOA) oferece Serviços de Urgência e Emergência 24h, planejado para prestar assistência a pessoas que necessitam de atendimento imediato. Com uma infraestrutura preparada para fornecer serviços de urgência e emergência, o H.FOA conta com uma equipe qualificada e recursos necessários para atender casos suspeitos de dengue e febre do Oropouche.

Apoio do Sistema de Saúde de Volta Redonda

O sistema municipal de saúde de Volta Redonda encontra-se preparado para atender casos suspeitos, com o Polo Aterrado, localizado na Rua Coroados número 406, funcionando como centro de referência 24 horas e UBS do município atendendo como centros de atendimento e orientação.

Para casos que necessitam de internação, os pacientes podem ser encaminhados para o Hospital São João Batista e o Hospital Regional Zilda Arns, que oferecem suporte para o tratamento de complicações graves. O H.FOA integra-se a essas unidades, colaborando com o sistema de saúde local conforme as diretrizes da secretaria municipal de saúde.

Sangenis reforça a importância da prevenção e do atendimento adequado: “A vigilância constante e medidas preventivas são cruciais para reduzir os riscos. O comprometimento da população em seguir essas práticas pode fazer a diferença na prevenção dessa ameaça à saúde pública.”

Em caso de sintomas compatíveis com essas doenças, é fundamental procurar imediatamente o serviço de pronto-socorro mais próximo. O atendimento rápido e adequado pode fazer a diferença na evolução do quadro clínico, garantindo o suporte necessário para o combate dessas enfermidades.

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