O Dia Internacional da Mulher, comemorado nesta sexta-feira (dia 8), não só celebra as conquistas históricas das mulheres, mas também nos convida a refletir sobre os desafios persistentes que elas enfrentam. Desde sua instituição pela ONU em 1975, houve avanços notáveis em direção à igualdade de gênero. No entanto, a persistência da violência destaca a urgência contínua de promover a igualdade e garantir a segurança de todas as mulheres.

O boletim ‘Elas Vivem: liberdade de ser e viver’, elaborado pela Rede de Observatórios da Segurança e divulgado na quinta-feira (dia 7), revelou números alarmantes. A cada 15 horas, pelo menos uma mulher foi vítima de violência no estado do Rio de Janeiro em 2023.

Na Região Sul do estado, 94 mulheres foram violentadas no ano passado, com 10 feminicídios registrados. Volta Redonda (34), Barra do Piraí (25) e Barra Mansa (21) foram as cidades com mais de 20 casos de violência. Nos números de feminicídios, Angra dos Reis, Barra Mansa e Volta Redonda lideram com duas vítimas cada. Barra do Piraí, Piraí, Quatis e Valença também tiveram casos registrados.

Os casos de violência contra mulheres quase dobraram em quatro edições do relatório, saltando de 318 em 2020 para 621 em 2023. Entre esses, 99 foram classificados como feminicídios, sendo que em 72,7% dos casos o autor do crime era um parceiro ou ex-parceiro. A capital concentrou o maior número de registros, com 206 vítimas de violência, incluindo 35 feminicídios.

Chama a atenção o aumento do uso de armas de fogo nos crimes, com 30 mulheres mortas dessa maneira, ao contrário de outros estados onde armas brancas são mais utilizadas. Além disso, houve um aumento nos casos de feminicídios praticados por agentes do Estado, totalizando 4 casos.

Chamado à Ação Contra a Violência de Gênero

Na última semana, ocorreram diversas prisões devido à violência doméstica na região, especialmente durante a Operação Átria, realizada em todo o Brasil para combater crimes contra mulheres. Em Barra Mansa, um homem de 24 anos foi preso após policiais militares serem acionados pela vítima, que está grávida e pediu socorro ao ver a viatura.

Na cidade Barra do Piraí, um gari de 28 anos foi preso por lesão corporal, ameaça e dano contra sua companheira, após ela expressar desejo de separação. Em Angra dos Reis, dois homens foram presos: Um homem por estupro, lesão corporal, ameaça e cárcere privado. Outro, por descumprir medidas protetivas contra sua ex-companheira.

Desde 2020, a Rede de Observatórios tem destacado os números que representam as vidas de mulheres vitimizadas pela violência de gênero. “São as memórias que sustentam o grito entalado de indignação e a cobrança por justiça”, disse a jornalista Isabela Reis. Neste Dia Internacional da Mulher, a delegada da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de Volta Redonda, Juliana Montes, convoca a continuidade da luta contra a violência de gênero e pela igualdade.

“Cumprimento todas as mulheres, inclusive, e principalmente, nossas ancestrais, todas que vieram antes de nós e lutaram pelos direitos que temos hoje. Continuemos na batalha contra a violência de gênero e pelo tratamento e reconhecimento igualitários entre todas as pessoas, honrando o esforço passado e construindo um futuro melhor para nossas meninas”, destacou a delegada. Os números de denúncia são: Disque 180, 197 (Polícia Civil) e 190 (Polícia Militar).

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