Mais um dia de caos na Rua 33: Motoristas e pedestres enfrentam novos transtornos com obra que já dura mais de três anos

Na manhã de quinta-feira (dia 24), a população de Volta Redonda enfrentou mais um dia de caos na Rua 33, na Vila Santa Cecília, por conta dos intermináveis atrasos nas obras de revitalização da via. Iniciada em setembro de 2021, a intervenção – que prometia transformar a infraestrutura urbana e melhorar a mobilidade – se arrasta há mais de três anos, acumulando transtornos, custos extras e frustrações.

O cenário atual, marcado por interdições sem aviso prévio e acessos comprometidos, evidencia o desgaste não só para quem vive ou trabalha na região, mas também para a imagem da administração municipal. Na volta do feriadão, motoristas que trafegavam pela 33 se depararam com um verdadeiro labirinto. Trechos da via estavam interditados, como na altura do cruzamento com a Rua 18-B, no sentido Praça da ETPC.

Funcionários da empreiteira contratada realizavam intervenções com retroescavadeiras, cortando o asfalto para a passagem de fiação subterrânea – tudo isso sem qualquer aviso antecipado do poder público. A interdição obrigou motoristas a procurarem desvios de última hora, o que aumentou os congestionamentos em ruas próximas.

Os transtornos, no entanto, não se limitaram ao tráfego de veículos. Pedestres também enfrentaram dificuldades para circular. Na altura da Rua 42, o piso da calçada foi cortado, bloqueando completamente a passagem segura. Situação semelhante ocorreu nas imediações da Rua 44, onde a ausência de sinalização adequada aumentava o risco de acidentes para quem se arriscava a caminhar pelo local. Os obstáculos escancararam a falta de planejamento e o descaso com a acessibilidade durante a execução da obra.

O projeto de revitalização da Rua 33, anunciado como uma melhoria significativa para o cotidiano dos moradores da Vila, já ultrapassa R$ 20,5 milhões – mais de 14% acima do orçamento inicial de R$ 18 milhões. E os custos continuam a crescer. Em fevereiro deste ano, a Prefeitura autorizou um novo aditivo de R$ 830 mil, elevando ainda mais os gastos e empurrando a previsão de conclusão para agosto de 2025. Ao todo, já foram seis termos aditivos assinados: três para aumento de verba e outros três para prorrogação de prazos.

Em março de 2024, o prefeito Neto (PP) reconheceu os transtornos e tentou amenizar as críticas. “É assim mesmo, não tem uma obra que não dê amolação”, declarou, com a promessa de que a revitalização estaria concluída antes do aniversário de 70 anos do município, celebrado em julho daquele ano. “Está sendo resolvido. A obra está a todo vapor”, disse, na época, em uma entrevista de rádio. Ele chegou a comparar o resultado esperado com a revitalização da Rua Amaral Peixoto: “Vai ficar um brinco, se Deus quiser”. Nada disso se concretizou.

Enquanto a Prefeitura segue autorizando novos aditivos e estendendo prazos, a população continua à mercê dos impactos diários de uma obra sem fim. O desgaste político para o governo é evidente, e a paciência dos moradores, comerciantes e motoristas está por um fio. A revitalização que prometia transformação virou sinônimo de transtorno.

1 COMENTÁRIO

  1. E ainda temos as interdições sem uma sinalização noturna, onde o motorista desavisado corre o risco de não avistar o “cerquite” que é colocado isolando o buraco.

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