Febre do morango do amor: “É a segunda Páscoa”, diz microempreendedora

Em Volta Redonda, o morango do amor não é só mais uma modinha que explode na internet. É um fenômeno que tem adoçado a rotina e, sobretudo, o faturamento de microempreendedoras e confeiteiras locais. Um doce que reúne morango fresco, brigadeiro e uma calda crocante de açúcar, combinação simples, irresistível, e que, em poucos dias, virou febre.

Raiana Marques, confeiteira, observa a reação como algo raro. “Foi viralizando pelas redes sociais e está sendo um sucesso. Pra mim, é como uma segunda Páscoa”, ela diz, com um brilho nos olhos. “Nunca tinha visto algo assim na confeitaria. Estamos precisando trabalhar mais para dar conta dos pedidos, que não param de chegar.” A produção se estende madrugada adentro, depois do fechamento do delivery. O morango fresco exige cuidado e rapidez: tudo deve ser finalizado no dia seguinte.

No primeiro dia, a demanda foi tamanha que o sistema de pedidos precisou ser interrompido. “Abrimos com agendamentos do dia anterior, mas teve cliente pedindo até de madrugada. Assim que a loja abriu, tivemos que paralisar os pedidos por algumas horas para organizar a enxurrada que chegava. Logo, esgotou tudo.”

Para Raiana, apesar da natural desaceleração que possa vir, o morango do amor veio para ficar. “A coxinha de brigadeiro, por exemplo, também com morango, foi uma tendência parecida e até hoje está no nosso cardápio”, cita.

Do lado de Jessika Ramos, outra confeiteira que viu sua produção virar de ponta cabeça, a explicação do sucesso passa pelo visual e pelo afeto que o doce carrega. “É lindo, o visual é forte, atraente. Comemos com os olhos antes de provar. O nome ‘morango do amor’ já remete a algo bom, que toca direto no afeto das pessoas”, afirma. A soma do sabor à expectativa e a um preço acessível completam a fórmula.

Jessika precisou reorganizar a rotina da produção para atender a demanda. “Foi muito acima do esperado. Reorganizei toda a rotina dos bolos, revisei custos, busquei embalagens mais seguras e… as férias dos meus filhos foram oficialmente canceladas”, ela ri. “Viraram meus novos ‘funcionários’ e têm ajudado com muito carinho. Muitos clientes já receberam os pedidos direto das mãos deles.”

O impacto, segundo ela, vai além das vendas. “Só faz uma semana que comecei a produzir e a repercussão foi muito além. Tem sido um verdadeiro boom em pouquíssimos dias. O morango do amor trouxe um público novo, reacendeu clientes antigos e me deu um fôlego novo. Já é mais que uma sobremesa, é história, conexão, movimentação do comércio, um respiro financeiro e visibilidade para muitos profissionais. As vendas acompanham todo esse sucesso, ou hype.”

Quanto à durabilidade da moda, Jessika tem convicção: “Nunca antes na história da confeitaria houve um doce tão procurado. Não como um doce sazonal, limitado às festas juninas, mas como um produto afetivo, que ganhou seu próprio espaço. O hype trouxe visibilidade, mas o que sustenta essa tendência são os profissionais que entregam qualidade e cuidado. O morango pode mudar de nome, sabor ou formato, mas a essência fica: um doce simples, bonito, afetivo, fotogênico. É tendência que vira tradição.”

Em tempos difíceis para pequenos empreendedores, o morango do amor não é apenas uma “modinha”. É uma oportunidade concreta de gerar renda, reinventar negócios e até fortalecer laços familiares. Enquanto houver demanda e criatividade, esse doce deve continuar adoçando vidas, e boletos, de quem empreende com paixão.

Foto: Raiana Marques

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