O destino do bebê de Maria Edjane de Lima, grávida que morreu após sofrer violência doméstica, ainda não está definido. A juíza Anna Carolinne da Costa, da 2ª Vara de Família, Juventude e Idoso de Barra Mansa, esclareceu que a criança permanece hospitalizada e que, em casos como esse, são necessárias tentativas de localização de familiares da menor que possam vir a ter interesse em ficar com ela.
A magistrada citou a possibilidade de adoção da menina, caso seja inviável a entrega da guarda para a família extensa. “A criança é colocada para adoção, observando-se as precauções legais de respeito ao cadastro e fila de adotantes habilitados”, explicou a magistrada.
O bebê que nasceu de 26 semanas segue internado na UTI neonatal do Hospital da Mulher, em Barra Mansa. De acordo com a direção da unidade, apesar de ainda não haver previsão para alta, a recém-nascida tem reagido bem ao tratamento já respirando sozinha, aceitando às dietas e não fazendo mais o uso de medicações venosas.
A diretora geral do HM, Fernanda Chiesse, disse que desde o início a equipe médica tem feito um atendimento intensivo para que o quadro fosse revertido. “Estamos ofertando a paciente, desde o início o atendimento baseado em protocolos mundiais da neonatologia. Esse processo tem nos mostrado positivo, tendo em vista que o quadro tem evoluído a cada dia e ela está tendo o desenvolvimento natural”, explicou.
Entenda o caso
Maria Edjane, de 35 anos, foi espancada no dia 4 de março pelo seu marido, Oberdan Gonçalves Braga, de 45 anos. Ela chegou a ser chutada na barriga, o que provocou um descolamento de placenta. Ela foi socorrida por uma vizinha e levada ao Hospital da Mulher, onde foi submetida a um parto de emergência, mas não resistiu e morreu.
Oberdan já havia ameaçado a vítima de morte e furtado seu celular. Por isso, em dezembro de 2018, o Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Barra Mansa concedeu uma medida protetiva a Maria Edjane.
Somente em janeiro deste ano, foram registrados 77 novos casos de violência doméstica no município. Em 2018, a Justiça fluminense registrou em todo o estado 88 casos de feminicídio – assassinato de uma mulher pelo simples fato de ser mulher, por questões de gênero.
Foto: Divulgação/PMBM