Agentes da Polícia Civil de Volta Redonda com apoio de outras delegacias da região cumprem na manhã desta quarta-feira (dia 16) nove mandados de prisão preventiva (sendo sete cumpridos até o momento desta publicação), 11 de busca e apreensão, sequestro de diversos automóveis e bloqueio de em contas bancárias dos indiciados que chegam a um patamar de R$ 7 milhões. A ação, denominada de Gângster I, é decorrente de investigação da 93ª DP, iniciada ainda pela equipe do delegado Franquis Nepomuceno, transferido na última semana para a delegacia de Neves (São Gonçalo), e do Laboratório de Lavagem de dinheiro da Polícia Civil, apurou que a organização criminosa perpetrava estelionatos em financiamentos de automóveis.
Um dos líderes da organização criminosa, segundo a investigação, é ex-operador de uma instituição financeira e detinha conhecimento dos trâmites na aprovação de crédito e pagamento de financiamento de automóveis. O criminoso também foi proprietário de agência de automóveis e atualmente se denomina digital influencer.
De acordo com a polícia, os crimes eram cometidos da seguinte maneira: os líderes da organização criminosa eram donos de agências de automóveis, porém essas agências não eram credenciadas para realizar financiamento junto a instituições financeiras.
O segundo escalão da organização criminosa, denominado de “agentes”, eram revendedores autônomos de automóveis e vendedores de lojas e captavam documentos de vítimas de diversas maneiras. Algumas vítimas realizavam test drive e deixavam cópia dos documentos pessoais, outras deixavam os documentos com a promessa de crédito, outras compravam veículos e posteriormente tinham seus documentos utilizados indevidamente em novos financiamentos etc.
Na posse dos documentos das vítimas, os criminosa montavam “fichas” que eram passadas às financeiras por meio de uma agência de veículos que possuía cadastro junto aos bancos e posteriormente os bancos eram enganados e creditavam o valor dos supostos financiamentos à agência de automóveis. Uma Land Rover de mais de R$ 90 mil foi financiada em nome de uma pessoa morta. Outra Land Rover foi financiada em nome de um deficiente mental que sequer tem condições de assinar o próprio nome, conforme demonstrou as investigações.
Após o cometimento das fraudes, os acusados chegavam a pagar as primeiras parcelas para não levantar suspeitas, e quando percebiam que a fraude poderia ser descoberta, quitavam a dívida, muitas vezes com dinheiro oriundo de outras fraudes.
O líder da organização criminosa movimentou mais de R$ 7 milhões durante o período das investigações. Na operação da manhã desta quarta-feira, policiais civis, coordenados pelo delegado adjunto da 93ª DP, Rodolfo Atala, aprenderam um veículo fraudado na posse de um policial militar que sabia da restrição do veículo. O agente foi indiciado por receptação.
Os criminosos foram indiciados por integrar organização criminosa, diversos estelionatos e lavagem de dinheiro, as penas beiram os 60 anos. “Volta Redonda possui um grande número de agência de automóveis que atuam com diversas financeiras, a grande maioria de comerciantes e empresários honrados e trabalhadores honestos que fomentam a atividade econômica, que são aqueles que também sofrem com os maus elementos misturados a sua classe”, detalhou Atala. Outras investigações seguem em andamento.
Atualização:
Sete pessoas já foram presas. Os irmãos Jardel Bartolini de Faria Resende e Jordã Bartolini de Faria Resende, Bruno da Silva Peres, Marcelo de Carvalho Oliveira, Adriano Moura Porto, Augusto Cezar Ribeiro Lemos e Natan Silva de Assis.
A polícia tenta cumprir, agora, os mandados de prisão expedidos contra Fabio Gomes Pacheco e Diego Eduardo Neves Braga.