Volta Redonda cria lei para combater a gordofobia

“Gordo”, “balofo”, “baleia”, “rolha de poço” são alguns dos apelidos pejorativos que pessoas obesas frequentemente ouvem ao longo de suas vidas. Tais termos não apenas ferem, mas perpetuam um ciclo de preconceito e discriminação que afeta profundamente a autoestima e o bem-estar psicológico das vítimas. Para combater esse tipo de violência verbal e promover a igualdade, Volta Redonda sancionou uma nova lei direcionada ao combate à gordofobia no município.

A legislação, de autoria do vereador Fábio Buchecha e sancionada pelo prefeito Neto (PP), entrou em vigor no dia 22 de maio, após ser publicada no Diário Oficial. O principal objetivo da lei é promover a igualdade de tratamento e prevenir a discriminação relacionada ao peso corporal em todas as suas formas. A legislação foca na educação e conscientização da população sobre a diversidade de corpos, garantindo respeito e inclusão para todos os cidadãos, independentemente de seu biotipo.

Para atingir esses objetivos, o Programa Municipal de Combate à Gordofobia implementará diversas diretrizes. Primeiramente, serão realizadas campanhas educativas nas escolas municipais, estaduais e particulares para promover a conscientização sobre a diversidade de corpos e o respeito à pluralidade de formas físicas.

Além disso, a nova legislação prevê a promoção de palestras e eventos em órgãos públicos, empresas privadas e espaços comunitários com o intuito de combater estereótipos e preconceitos relacionados ao peso corporal. Também serão estabelecidas parcerias com organizações não governamentais, movimentos sociais e entidades que defendem os direitos das pessoas com diferentes biotipos, fortalecendo as ações de combate à gordofobia.

A inclusão do tema do respeito à diversidade de corpos nos currículos escolares será incentivada, garantindo uma abordagem adequada e respeitosa do assunto. Serão criados canais de denúncia e acolhimento para vítimas de gordofobia, assegurando a confidencialidade e a eficácia nas investigações. A lei também garante a capacitação de servidores públicos municipais para o atendimento respeitoso e adequado às demandas relacionadas à diversidade de corpos.

Fernanda Queiroz, que conviveu com o sobrepeso por anos, compartilha suas experiências de discriminação: “Você tem o rosto tão bonito, pena que é gorda, é uma das que mais ouvi. Já passei por muito constrangimento e situações que me fizeram mal. Um médico cardiologista me disse que eu tinha que parar de preguiça e ir malhar porque ser gordo era muito feio. São condutas que reforçam o preconceito e pioram muito a saúde mental de quem está acima do peso.”

O vereador Fábio Buchecha, autor da proposta, destaca a importância da lei ao enfrentar uma forma de discriminação que impacta significativamente a qualidade de vida e a dignidade dos cidadãos. “A gordofobia, caracterizada pelo preconceito e discriminação baseados no peso corporal, é um fenômeno que persiste em nossa sociedade, causando danos emocionais, psicológicos e sociais. O combate à gordofobia não se limita a uma simples questão estética; trata-se de assegurar o respeito à diversidade de corpos e garantir que todos os cidadãos, independentemente do seu biotipo, possam viver livres de discriminação e estigmatização.”

Foto: reprodução da internet

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