O mês de março, que está se aproximando, é lembrado em todo o Brasil como “Março Azul-Marinho”, por representar um período de conscientização para a prevenção e combate ao câncer de cólon e reto, uma das neoplasias mais incidentes no Brasil, sendo o terceiro tipo de câncer que mais mata no país. Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontam uma estimativa de 45.630 novos casos anuais entre 2023 e 2025, correspondendo a um risco de 21,10 casos por 100 mil habitantes.
No estado do Rio, a previsão feita para o período de 2023 a 2025 era de 5.880 novos casos, sendo 2.730 em homens e 3.150 em mulheres. Especificamente em Volta Redonda, a detecção precoce enfrenta desafios significativos, como a alta demanda e a demora nos exames.
O Hospital Municipal do Retiro anunciou em fevereiro de 2023 a compra de um novo sistema de Videoendoscopia, com investimento de R$ 700 mil provenientes de emenda parlamentar. O equipamento prometia agilizar a realização de colonoscopias e gastroscopias com maior eficiência, atendendo cerca de 200 pacientes por mês. Porém, não é bem assim que tem ocorrido.
Atualmente, 444 pessoas aguardam pelo exame de colonoscopia no Sistema Único de Saúde (SUS) da Cidade do Aço, procedimento essencial para o diagnóstico e prevenção do câncer colorretal.
Tempo de espera
A colonoscopia é um exame indolor que pode ser solicitado em casos de suspeitas de doenças no intestino grosso e no reto. A demora na realização de um exame essencial para quem convive com a incerteza de um diagnóstico, que pode chegar a quatro meses de espera em Volta Redonda, causa aflição e ansiedade, além do medo de um diagnóstico tardio, prejudicando o tratamento.
“Já tem três meses que o médico solicitou a colonoscopia, por ter dado uma alteração no exame do laboratório, e agora estou angustiada de ter que fazer logo esse exame para ver qual tratamento vou precisar”, comentou a aposentada Maria José, que aguarda a realização da colonoscopia desde o início de novembro.
A detecção precoce do câncer colorretal é fundamental para aumentar as chances de cura. A população de Volta Redonda deve estar atenta aos fatores de risco, como sedentarismo, obesidade e dieta inadequada, e buscar atendimento médico regular para a realização de exames preventivos. Com os investimentos recentes e a conscientização da comunidade, espera-se uma redução significativa na incidência e mortalidade associadas a essa doença.
Para o médico oncologista Duílio Rocha, o sucesso do tratamento e cura desse tipo de câncer depende, principalmente, se identificado no estágio inicial. A cirurgia é o principal caminho para que o tumor seja retirado, mas também é possível realizar radioterapia e quimioterapia, além do auxílio de medicamentos no tratamento. “O diagnóstico precoce é fundamental. E com essas medidas nós conseguimos curar com muita segurança”, ressaltou.