DADOS DO NOVO PORTAL DO IBT REFERENTES A 2017
Considerado um dos maiores desafios do Brasil, saneamento básico, também é um dos principais problemas de cidades do Vale do Paraíba, principal os do Rio de Janeiro. As densidades demográficas relativamente elevadas tornam a questão da concentração de esgoto urbano um problema também relativamente mais grave.
Dos municípios analisados pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), somente nos de São Paulo os indicadores de esgotamento sanitário são melhores. Já na cidade de Barra Mansa, em contrapartida, apenas 4% do volume de esgoto é tratado. Volta Redonda, por sua vez, tem indicador de volume de esgoto tratado de 23%. Os dados referentes a 2017 constam no novo portal de indicadores do Instituto Brasil Trata.
O presidente executivo do Instituto, Édison Carlos, demonstra preocupação com impactos ambientais causados pela falta de água tratada, coleta e tratamento dos esgotos no Brasil e, em especial, nas cidades do Vale do Paraíba.
“O acesso à água potável está muito avançado nas maiores cidades, então preocupa ver municípios com índices abaixo de 90%. De toda forma, espanta mesmo os baixos indicadores de esgotamento sanitário em grandes municípios fluminenses e paulistas do Vale. Isso impacta no meio ambiente e na saúde pública, seja com poluição, doenças, internações e alto custo para as cidades”, analisou.
O relatório apontou que em Volta Redonda toda a população tem acesso à água e apenas 1% não tem acesso a coleta de esgoto. Em Barra Mansa, 0,3% dos munícipes não têm acesso a água e, quando se trata do esgoto, 10,7% dos moradores não estão cobertos pelo serviço. As informações consideram os investimentos em saneamento, a falta do tratamento de esgoto e seus impactos na saúde e na renda da região.
Investimentos
Nos últimos dois anos, Volta Redonda tem promovido investimentos na rede de esgoto, fazendo com que o percentual de tratamento dobrasse. Neste período, saltou de 17% em 2014, para 34% em 2019.
“Temos o objetivo de melhorar ainda mais esse número. Também queremos baixar o percentual de perda na distribuição, de aproximadamente 50%. Estamos trabalhando para que mais investimentos aconteçam e que possamos melhorar muito mais essa questão”, disse o diretor executivo do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), José Geraldo Mattea Salgado Santos, o Zeca.
Em janeiro deste ano, a prefeitura inaugurou a reforma geral da Estação de Tratamento de Esgoto do bairro Volta Grande IV. A ETE estava há cerca de três anos fora de funcionamento e, agora, trata oito litros de esgoto sanitário por segundo.
A prefeitura também planeja a construção da Estação de Tratamento para atender a região dos bairros Três Poços e Água Limpa, beneficiando cerca de 15 mil moradores. A obra deve ser realizada com recursos do Fundo Estadual de Conservação Ambiental (Fecam).
“Serão repassados pelo convênio quase R$ 9 milhões para investimentos na ETE e finalizações de outras redes necessárias no município. Uma obra rápida, e que trará bons resultados”, completou Zeca.
Foto: Divulgação/PMBM