O crescimento dos casos de Covid-19 e de influenza em Volta Redonda já provoca reflexo na rede particular de saúde da cidade. Uma das principais reclamações é o tempo de espera para o atendimento.

Uma paciente, moradora do bairro Vila Rica, relata que chegou a permanecer cerca de quatro horas para ser consultada na ala de síndrome gripal criada no Hospital da Unimed. “Eu estava com febre de 40,8°, dor no corpo e mal conseguia abrir os olhos. Além da demora para ser atendida, a médica sequer encostou em mim, e mal me deixou falar”, disse a paciente de 28 anos. “Entendo que estamos em uma pandemia, mas ela [médica], de longe, disse que eu estava com sinusite, mandou eu tomar Dipirona e antibióticos. Com tantos casos de Covid na cidade, ela não me passou o teste”, contou a mulher, que preferiu não se identificar.

As mesmas reclamações acontecem para os pacientes da Unimed-VR que fazem a opção de atendimento on-line. A saga na fila de espera tem levado algumas pessoas a encerrarem as ligações antes da consulta.

“Estava com sintomas de gripe e não queria ir ao hospital para não correr risco, então optei pelo atendimento on-line. Mandei uma mensagem para o número do plano às 14h27 e, quando entrei no aplicativo, tinham 77 pessoas na minha frente. Às 18h20, mandei mensagem novamente e me informaram que havia 13 na minha frente, sendo que no aplicativo a informação é que havia 20 pacientes para atendimento”, explicou uma moradora do bairro Mangueira, em Barra Mansa.

A paciente, de 34 anos, disse que não foi só o desencontro de informações que provou a sua insatisfação com o serviço oferecido pelo hospital. “Estava atenta, mas às 18h55min recebi a ligação da Unimed me informando que a médica havia me chamado. Abri o aplicativo e nada, nenhuma notificação. Às 20h34min, recebi outra ligação da Unimed de que o médico iria me atender naquela hora. Só que a tela travou, eu só conseguia ver a médica. Dez minutos depois, apareceu que a minha consulta estava encerrada. O resultado é que não consegui ser atendida, fiz o exame particular e estou com Covid. Minha experiência foi péssima”, classificou.

Uma mãe passou pela mesma situação com o filho de 9 anos, que apresentava sintomas de gripe e que, mesmo com plano de saúde, se viu obrigada a recorrer ao teste em um laboratório particular. “Eu consegui atendimento, mas a tela travou e a médica só conseguiu escutar que eram sintomas de gripe. Esperei mais de duas horas e a consulta demorou 30 segundos. Foram pedidos os exames de Covid e Influenza, que não consegui fazer no Hospital da Unimed. O atendimento demorou demais e fui informada que teria que pagar o teste de Influenza, pois, segundo a Unimed, não consta no rol da Agência Nacional de Saúde (ANS)”, contou.

A informação repassada pela Unimed-VR, no entanto, não confere com a que consta no portal da ANS. A agência reguladora vinculada ao Ministério da Saúde ressalta que os testes de Influenza A e B – rápido ou de PCR -devem ter cobertura dos planos de saúde. Os exames deverão ser cobertos conforme a solicitação do médico e os sintomas do paciente, descritos no prontuário.

Ainda conforme o órgão federal, o pedido tem que estar dentro da Diretriz de Utilização (DUT), que determina se o paciente terá direito ao exame ou não. Neste caso, a diretriz garante a cobertura obrigatória para avaliação hospitalar ou em unidades de emergência de pacientes com pneumonia ou síndrome respiratória aguda grave, com quadro suspeito ou confirmado de infecção pelo SARS-CoV-2 (Covid-19). Se o exame for de PCR em tempo real para Influenza A e B1, a regra é a mesma.

 Em nota, a Unimed-VR argumentou que “devido ao aumento dos casos de Covid-19 e outras doenças respiratórias, o tempo de espera em todos os nossos postos de atendimento está elevado”. A assessoria de imprensa do hospital garantiu que está “trabalhando em novas medidas para continuar cuidando de você da melhor maneira possível”.“Caso precise de atendimento, orienta a empresa, o paciente deve dar preferência primeiro à Consulta Online. Os usuários podem enviar uma mensagem para o WhatsApp (24) 99255-7556 e em seguida seguir as orientações.

Filas na rede pública de VR

O tempo de espera também tem provocado reclamações dos pacientes que procuram a rede pública de Volta Redonda. Devido a grande fila de espera, uma idosa de 83 anos não conseguiu atendimento prioritário na Unidade de Saúde do bairro São Cristóvão, conforme determina a lei.

“Levei minha mãe ao Posto de Saúde aqui do bairro. Chegando lá, estava lotado de pessoas aguardando para fazer o teste de Covid. Solicitei para passarem ela na frente por conta da idade, mas não quiseram. No tempo que nós aguardávamos, a pressão dela subiu”, detalha a filha da paciente, que preferiu não ser identificada. Foram mais de duas horas até a mulher ser atendida e liberada.

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