Empreendedores e profissionais liberais, como médicos, de Volta Redonda e Barra Mansa estão sendo alvo de uma nova onda de golpes virtuais. Criminosos têm enviado mensagens fraudulentas por e-mail e WhatsApp, utilizando nomes e selos oficiais das prefeituras para dar aparência de legitimidade aos conteúdos. Em Volta Redonda, os golpistas usam o nome da Prefeitura Municipal para tentar aplicar fraudes contra micro e pequenos empresários, enquanto em Barra Mansa, as mensagens envolvem convocações falsas para supostas audiências judiciais no Fórum.
Na última semana, um microempreendedor de Volta Redonda recebeu um e-mail alegando haver uma suposta irregularidade no alvará de funcionamento, conforme denúncia anônima recebida pelo Departamento de Licenciamento Urbano e Obras. A mensagem orientava que a regularização fosse feita até o dia 26 de maio de 2025, sob risco de sanções como multas e até o fechamento temporário da empresa.
Como de praxe nesse tipo de golpe, o e-mail continha um link para que o destinatário acessasse uma lista com as “irregularidades” detectadas. “Entrei em contato com a minha contadora e ela confirmou o que eu já suspeitava: era golpe. Mas a cada dia os bandidos ficam mais espertos, utilizando todas as ferramentas para tentar invadir computadores e celulares e roubar dados”, relatou a microempreendedora, que preferiu não se identificar.
A gestora contábil Ananza Barros Nazareth Pedrosa alerta que esse tipo de fraude tem se tornado cada vez mais comum. “Recebo mensagens quase diariamente de clientes e amigos pedindo ajuda para identificar e-mails suspeitos. Os criminosos estão cada vez mais sofisticados, usando linguagem técnica e até e-mails com domínio ‘gov.br’ para enganar”, disse.
Os golpistas têm se aproveitado da falta de informação e da rotina corrida dos empreendedores para aplicar diferentes modalidades de fraude: boletos falsos, mensagens sobre cancelamento de CNPJ, pendências tributárias ou até empréstimos com condições atrativas – mas que exigem o pagamento antecipado de um suposto “boleto de liberação”.
Ananza reforça que órgãos públicos não fazem cobranças por e-mail ou WhatsApp.
“Se chegou algo assim, desconfie. Mesmo que pareça oficial, a orientação é não clicar em links, não baixar arquivos e procurar seu contador de confiança antes de qualquer ação. O único meio legítimo para o MEI receber informações fiscais é por correspondência no endereço cadastrado ou diretamente no Portal da Receita Federal.”
Em Barra Mansa, a fraude tem se manifestado por meio de e-mails que simulam intimações judiciais para audiências no Fórum local. Em um dos casos, uma médica recebeu a mensagem e, desconfiada, foi pessoalmente ao Fórum, onde foi informada de que se tratava de um golpe. Os criminosos anexam documentos falsos em PDF ou Word que, ao serem abertos, podem instalar vírus ou redirecionar a vítima para sites maliciosos.
Para se proteger, Ananza orienta que os empreendedores sigam medidas básicas, como verificar sempre a autenticidade dos boletos e mensagens, consultar um contador antes de qualquer pagamento e nunca clicar em links desconhecidos.
“Duvide de cobranças urgentes ou vantajosas demais. Isso geralmente é característica de golpe”, alerta. Ela também recomenda que todos os empresários façam o cadastro na funcionalidade de Proteção de CPF, oferecida gratuitamente pela Receita Federal. “Eu indico a todos os meus clientes. É uma medida simples, mas que ajuda muito a prevenir o uso indevido dos dados em fraudes”, afirma.
A ferramenta, disponível no Portal Nacional da Redesim e no site de serviços digitais da Receita Federal, impede que o CPF do cidadão seja usado para abrir empresas sem o seu consentimento. Com o CPF protegido, qualquer tentativa de inclusão no quadro societário de empresas será bloqueada, e o cidadão poderá liberar o uso apenas quando desejar, por meio do próprio sistema.