Restando pouco mais de três meses para 2021 terminar, o ano já pode ser considerado de sucesso no campo dos negócios para o empresário Benjamin Steinbruch e os acionistas da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Com as aquisições da Elizabeth Cimentos e da LafargeHolcim Brasil, em pouco mais de um mês, o grupo que iniciou a  trajetória em Volta Redonda quer sair da quinta para a terceira posição entre as maiores produtoras de cimento do país, ficando atrás da Votorantim e da Intercement.

A companhia estima expandir a produção de 16,3 milhões de toneladas anuais (contando as aquisições) para 27,5 toneladas até 2033, considerando novos projetos e a manutenção de planos de crescimento orgânico. Em teleconferência na última segunda-feira (dia 13), Steinbruch detalhou os projetos do grupo.

“Nosso objetivo é ser o maior grupo cimenteiro brasileiro, não em termos de capacidade, mas em quantidade comercializada. Independente desse plano que fizemos de aquisição tem o plano de crescimento orgânico, que vai se concretizar conforme a evolução da demanda nas regiões Sul, Norte, Nordeste e Centro-Oeste”, afirmou.

Para o diretor Financeiro e Relações com Investidores da CSN, Marcelo Cunha Ribeiro, além de sinergias operacionais, de logística e administrativas, a aquisição dos ativos da LafargeHolcim pela CSN Cimentos trará ganhos fiscais relevantes. “Entre prejuízos acumulados e ágio, o impacto positivo está estimado em R$ 800 milhões”, explica.

Conforme o executivo, com a aquisição, o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da cimenteira adquirida roda ao ritmo de R$ 540 milhões neste ano. “Considerando-se redução de custos e sinergias resultantes das iniciativas que serão implementadas pela CSN Cimentos, o resultado pode crescer 50%, chegando a R$ 858 milhões. Por tonelada, passará de R$ 77 para R$ 123”, esclarece Ribeiro.

Cunha explica que, atualmente, a empresa é a mais eficiente no setor de cimento no país, por ter a maior margem, com os menores custos. A nova aquisição, frisa Ribeiro, vai trazer diversos ganhos à companhia, se aproximando, no próximo ano, de 10% da geração total de caixa. “Vamos entrar no Centro-Oeste, fortalecer nossa presença no Nordeste e vamos ficar como líderes, com capacidade relevante e forte no Sudeste”. Ribeiro reforçou ainda que a LafargeHolcim agrega produtos de alta qualidade e com marcas fortes ao portfólio, como Mauá e Montes Claros.

Meta é adicionar 11,2 mi de toneladas

Diretor-presidente do grupo CSN, Benjamin Steinbruch acrescentou que os projetos previstos para o crescimento orgânico da empresa estão mantidos e serão executados de acordo com as condições de mercado. Ao todo, a meta é adicionar 11,2 milhões de toneladas anuais de capacidade entre 2024 e 2033, com expansões em Paraná, Pará, Sudeste, Ceará e Sergipe.

“Esse desafio de materializar esses projetos está bastante adiantado em termos de aquisição de equipamentos. É claro que vamos fazer o crescimento de forma estruturada. Mas, certamente, dentro de um espírito construtivo, cooperativo e de aumento imediato de construção nas regiões onde já estamos e nas em que vamos entrar”, pontuou.

Steinbruch avalia que a carência em infraestrutura e o déficit de moradia no país garantem o potencial de expansão no setor cimenteiro e fortalece o setor de construção civil. “Nosso desejo é estarmos nesse mercado, liderando e lutando junto para diminuir essa desigualdade”.  

Investimento na compra de empresas é de R$ 6,3 bi

Em 10 de setembro, a CSN informou aos seus acionistas e ao mercado em geral que celebrou, no dia anterior, contrato para adquirir 100% das ações da franco-suíça LafargeHolcim (Brasil). O negócio foi avaliado pelo valor base de US$ 1,025 bilhão (equivalente a R$ 5,3 bi).Essa é a segunda aquisição feita pela CSN Cimentos neste ano. A companhia adquiriu em junho a Elizabeth Cimentos e a Elizabeth Mineração por R$ 1,08 bilhão, e a operação foi concluída em agosto. A compra adicionou 1,3 milhão de toneladas em capacidade à produção da cimenteira da CSN.

No segundo trimestre do ano, a CSN Cimentos teve Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado de R$ 147 milhões, crescimento de 42,8% em um trimestre, e representou 2,2% da receita líquida do Grupo, com receitas de R$ 343 milhões, alta de 23,6% em três meses.

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