As eleições ocorridas no último dia 2 de outubro configuraram um novo cenário político no Sul Fluminense. A partir de janeiro do próximo ano, a região passa a ter seis representantes na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

Munir Francisco (PSD) e Jari (PSB), ambos com domicílio eleitoral em Volta Redonda; André Corrêa (PP), de Valença; Célia Jordão (PL), de Angra dos Reis; Gustavo Tutuca (PP), de Piraí; e Tande Vieira (PROS), de Resende, ocuparão as cadeiras no parlamento estadual na legislatura 2023/2026.

Por outro lado, Marcelo Cabeleireiro (DC), apesar da votação expressiva, com 31.556 votos, e Noel de Carvalho (SD), com 16.197, não renovaram seus mandatos de deputado estadual.

 VR

O vereador de Volta Redonda Jari Oliveira foi eleito, com 27.288 votos, para estar entre os 70 parlamentares que compõem a Alerj. Na atual Legislatura, o político de 49 anos assumiu o mandato de deputado como suplente do PSB. Totalizou 100 dias no cargo.

Jari, que no primeiro turno caminhou ao lado de seu companheiro de partido Marcelo Freixo, candidato a governador derrotado, afirma que manterá sua independência. “Minha missão, a partir de agora, é trabalhar pelo Rio de Janeiro, e manterei minha postura de independência, lutando por aquilo que acredito ser o melhor para o estado e para as pessoas”, comenta o novo deputado estadual, sem esquecer de agradecer o apoio e a confiança recebida nas urnas. “Cumprimento os colegas eleitos e o governador Cláudio Castro”, completou.

De olho no segundo turno das eleições presidenciais, que acontecem em 30 de outubro, Jari cita a necessidade de diálogo entre as partes. “Espero que o futuro presidente tenha habilidade para dialogar com todos os setores da sociedade para acalmar os ânimos e unir o Brasil em torno do que realmente importa”, destacou, sem citar diretamente o nome de quem irá apoiar.          

Ainda de acordo com o político volta-redondense, é fundamental que o Sul do estado esteja bem representado na esfera legislativa estadual. “Com esse aumento, as cidades e as pessoas só ganham. O importante é que todos os deputados trabalhem para ajudar quem precisa e busquem investimentos para desenvolver a nossa região”, afirmou.

Intuito semelhante tem Munir Neto (PSC), outro político da Cidade do Aço. Irmão do prefeito Neto, o ex-secretário municipal de Ação Comunitária se afastou da pasta para concorrer ao pleito deste ano. Com 35.677 votos nas urnas, ele passará agora a exercer sua função política na Alerj.

“Agora é trabalhar muito na Alerj, para ajudar o Neto a reconstruir Volta Redonda e para fortalecer o Sul Fluminense. Eu jamais irei decepcioná-los”, garantiu, acrescentando que seu gabinete sempre estará aberto para os prefeitos, vereadores e para a população. “Vou trabalhar incansavelmente para ajudar a fortalecer o nosso Sul Fluminense, que precisa de muitas melhorias e principalmente para ajudar aquelas pessoas que mais precisam”.

A partir de janeiro, Munir estreia em um cargo eletivo, depois de amargar derrota em 2018. Agora, fortalecido pelo bom desempenho deste ano, impulsionado pela máquina do governo municipal, o político analisa o aumento de sua responsabilidade com a nova função pública. 

 “Eu estou muito feliz com o resultado das eleições 2022 e por ter recebido o maior número de votos entre todos os candidatos a deputado estadual e deputado federal em Volta Redonda. Isso nos traz muito orgulho, mas também muita responsabilidade. Andamos muito e conversamos com muitas pessoas. O resultado positivo mostra que estamos no caminho certo e que a população confia no nosso nome”, conclui Munir, que no próximo dia 20 completa 59 anos.

 Piraí

Quem também fará parte da próxima legislatura na Alerj é Gustavo Tutuca (PP), reeleito para o quarto mandato consecutivo, com 52.976 votos. Filho Artur Henrique Gonçalves Ferreira, prefeito de Piraí falecido na quinta-feira (dia 6), o já experiente político, apesar da pouca idade, 43 anos, cita o momento polarizado e que certamente refletiu nas urnas.

“No meu caso, sempre fui um parlamentar aberto ao diálogo com todas as frentes. É algo que aprendi com meu pai, o prefeito Tutuca, e que levo para a minha vida, de modo geral. Em relação à eleição para governador, conseguimos atingir o nosso objetivo, que era reeleger o governador Cláudio Castro ainda no primeiro turno. O bom momento vivido pelo Rio de Janeiro tem responsabilidade direta com o trabalho do governador Cláudio Castro, que retomou o diálogo com todos os setores do estado, pacificando as relações e trabalhando pelos 92 municípios fluminenses. Tenho certeza de que seguiremos em ascensão em todas as frentes”, afirma o parlamentar.

Para Gustavo Tutuca, o Sul Fluminense deve se beneficiar com o aumento da representatividade na Alerj. “Quanto mais gente estiver trabalhando pela região, melhor para a população, sem dúvida. Eu costumo dizer que na política a gente deve ter adversários, não inimigos. E essa rivalidade tem que ser restrita ao período eleitoral. Acabou a eleição, os representantes eleitos pelo povo precisam se unir, seja na esfera municipal, estadual ou federal. No caso dos deputados eleitos, eu conheço todos eles, temos boa relação e tenho certeza de que uniremos forças pelo Sul Fluminense”, ressaltou.

Angra

Esposa do atual prefeito de Angra dos Reis, Fernando Jordão, a deputada Célia Jordão (PL) foi reeleita para mais um mandato na Alerj. Foram 49.680 votos, um saldo, segundo ela, bastante positivo.

“Fui reeleita como deputada estadual somando quase 50 mil votos, com apoio massivo da população da minha cidade de origem, Angra dos Reis, e com votos de 88 municípios fluminenses. O governador Cláudio Castro também foi reeleito e manteve forte base governista na Alerj. E temos, agora, a importante missão de garantir a reeleição do presidente Bolsonaro. Com esse cenário, projetamos um caminho de trabalho integrado pelo desenvolvimento social e econômico do Estado do Rio”, falou a parlamentar, sem deixar de citar os demais colegas com forte atuação na Costa Verde e Sul Fluminense.

Como a única mulher representante da região na Casa, Célia Jordão, de 58 anos, diz querer continuar trabalhando em defesa da família, das mulheres, das crianças, dos idosos e das pessoas com deficiência. “Direcionando políticas públicas e sociais para que o nosso estado possa crescer com oferta de emprego e geração de renda. Para isso, sigo com o compromisso de trabalhar integrada com o Governo do Estado e as prefeituras municipais, ouvindo a população e buscando soluções”.

Resende

Com base política no município de Resende, Tande Vieira (PROS) recebeu 45.785 votos e também debuta na Alerj, em 2023. Ex-secretário de Saúde do governo de Diogo Balieiro, o político acredita que o eleitor tenha priorizado a escolha de candidatos que tinham serviços prestados à população.

“Isso sinaliza um bom grau de maturidade política. Incentiva que outros políticos entendam que este é o caminho certo e não a busca pelos atalhos fáceis do clientelismo, do assistencialismo e da compra de votos”, avalia o candidato vitorioso, de 50 anos de idade.

Contudo, segundo Tande, apesar de a população do Sul Fluminense ganhar com a maior representatividade na bancada na Alerj, que terá mais força para articular projetos e soluções para a região, sairá prejudicada pela falta de deputados na bancada federal. Vale lembrar que, na Câmara, as urnas reprovaram os deputados Delegado Antônio Furtado (União Brasil) e Luiz Antônio Corrêa (PP), que não se reelegeram. Outro nome conhecido da cena política regional, o ex-jogador Deley (PSD) também não conseguiu uma cadeira em Brasília.

“É um desafio continuar conscientizando as pessoas da importância de formarmos lideranças da nossa região com potencial para vencer as eleições para a Câmara Federal”, conclui Tande Vieira.

Nota da redação:

A Folha do Aço tentou ouvir também André Corrêa (PP), reeleito para mais um mandato na Alerj. O político, que iniciou sua carreira política em 1992 como vereador da cidade de Valença, não retornou as tentativas de contato da reportagem. André foi reeleito com 52.352 votos.

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