Durante 21 dias, ativistas que defendem e atuam para que as mulheres não tenham mais que conviver com a violência diversa a que são submetidas promoverão ações de conscientização e mobilização. A manifestação faz parte da campanha ’16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres’, iniciada no dia 20 e que segue até 10 de dezembro.

Somando todos os 92 municípios que integram o território fluminense, os números são alarmantes. O Dossiê Mulher 2021 registra que 98 mil mulheres foram vítimas de violência familiar e doméstica em todo o estado do Rio. Equivale a 11 vítimas por hora.

“É estarrecedor e precisamos dar um basta”, afirma Conceição Santos, da Associação de Mulheres Beth Lobo e da Comissão Especial de Segurança da Mulher do Estado.

Maior município do Sul Fluminense, em números absolutos, Volta Redonda registrou 445 casos de violência física contra a mulher em 2020, conforme o Dossiê. Ainda conforme o levantamento, foram apurados 552 casos de violência psicológica; 413 de violência moral; 71 de violência sexual; e 86 de violência patrimonial.   

O Mapa da Violência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) também demonstra que o número de mulheres assassinadas aumentou no Brasil. “Os índices de violência atuais assustam muito. Três mulheres são assassinadas por dia. Uma mulher é agredida a cada 2 segundos, e são 180 crimes de estupro por dia no Brasil. Mais da metade acontece contra meninas de até 13 anos”, comenta Conceição, uma das organizadoras da mobilização. “Essa campanha atua muito na prevenção, enfrentamento e conscientização das pessoas pelo fim da violência contra as mulheres”, aponta a ativista.

A mobilização é anual e acontece simultaneamente em 160 países, desde 1991. No Brasil, a programação inicia no dia 20 de novembro, concomitante com o Dia da Consciência Negra, mas em outros países começa no dia 25, Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher. “Na nossa região, sempre desenvolvemos a campanha com várias atividades realizadas nas comunidades, nos bairros e nos centros das cidades para dar visibilidade a campanha”, explica Conceição.

O Brasil ocupa o 5º lugar no ranking mundial de Feminicídio, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. O país só perde para El Salvador, Colômbia, Guatemala e Rússia em número de casos de assassinato de mulheres.

Em comparação com nações desenvolvidas, no território brasileiro se mata 48 vezes mais mulheres que o Reino Unido; 24 vezes mais que a Dinamarca; e 16 vezes mais que o Japão ou Escócia.

“Junto com a Comissão Especial de Segurança da Mulher, a Pastoral de Acolhimento à Mulher, a Pastoral Afro, Movimento de Conscientização Negra, o Coletivo de Mulheres do Sindicato dos Engenheiros de Volta Redonda e acolhemos uma proposta do Grupo de Mulheres do Brasil – Núcleo de Volta Redonda. Por isso, vamos ter atividades e, inclusive, um ato nesta sexta-feira (dia 25)”, detalha a integrante da Associação de Mulheres Beth Lobo.

O evento será em formato de uma vigília cultural, com apresentação de teatro, música, dança e poesia. A programação também inclui ações no dia 29, na Estação Cidadania, no bairro Vila Rica, e uma caminhada no dia 4 de dezembro, saindo às 9 horas da Biblioteca Municipal.

A programação

A programação das ações prossegue no dia 6 de dezembro, com a Campanha do Laço Branco, às 16h, na Praça Juarez Antunes, próxima à passagem Superior da Usina Presidente Vargas, na Vila Santa Cecília. Haverá uma mobilização coletiva pelo fim da violência contra mulheres. Marcando o encerramento das atividades no dia 10, um Ato Ecumênico e Inter-Religioso, acontecerá às 10h, na Biblioteca Municipal.

Para Conceição, são muitos os desafios que ultrapassam essas datas e devem ser perseguidos durante todo o ano. “Ampliar e fortalecer as políticas públicas para as mulheres é fundamental. Além dos Centros de Atendimento às Mulheres, Delegacias Especializadas (Deam), casas Abrigo e de Passagem para Mulheres em Situação de Risco Iminente de Vida, que se crie um ambiente acolhedor, humanizado e eficaz à promoção e proteção das mulheres.  Essas são algumas ações que devem ser discutidas para que as mulheres se sintam fortalecidas e encorajadas a buscar esses serviços e romper com o ciclo da violência”, finaliza a ativista da causa em defesa da mulher.

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