O interior do estado do Rio de Janeiro enfrenta uma preocupante alta no número de casos de picadas de escorpiões. Dados divulgados pela secretaria de Estado de Saúde revelam que, no ano passado, houve um crescimento considerável desses incidentes em diversas cidades da região Sul Fluminense. Especialistas alertam para a necessidade de medidas preventivas e orientações à população sobre como se proteger e agir em caso de acidente.

Conforme levantamento da subsecretaria de Vigilância e Atenção Primária à Saúde, no ano passado, Volta Redonda registrou 41 casos. Pinheiral contabilizou 10 pessoas picadas pelo inseto e Resende teve 18 incidentes do tipo em 2022. Barra Mansa, por sua vez, reportou oito casos, enquanto Três Rios teve destaque no levantamento, com o número alarmante de 64 ocorrências.

Considerando todos os municípios fluminenses, foram reportadas 629 pessoas picadas no último ano. Desde 2007 até 2022, ou seja, nos últimos 15 anos, o estado do Rio acumula 6.575 registros de picadas de escorpiões.

Ainda segundo os dados apurados pela pasta, de janeiro a maio deste ano, Volta Redonda, Barra Mansa e Pinheiral já têm 13, 4 e 3 casos cada cidade, respectivamente, o que enfatiza a importância de medidas para lidar com a questão.

Diante desse cenário preocupante, a equipe de reportagem da Folha do Aço conversou com o renomado biólogo e doutor em Ciências Claudio Mauricio Vieira de Souza, do Instituto Vital Brazil, para esclarecer as principais questões relacionadas ao aumento de casos de picadas de escorpiões no interior do Estado do Rio de Janeiro.

Segundo Claudio, existem vários indicativos que apontam as atividades humanas e as modificações ambientais como as principais causas desse aumento. “A remoção da Mata Atlântica e a instalação de cultivos e aglomerados urbanos criaram condições que desfavorecem algumas espécies de animais, mas, por outro lado, facilitaram a dispersão e proliferação de escorpiões perigosos”, explicou.

Espécies mais comuns

Conforme o biólogo, as espécies nativas mais comuns na região são da família Bothriuridae e Tityus costatus, da família Buthidae. “Esses dois grupos raramente picam e causam apenas manifestações locais que não agravam a situação na maioria dos casos. No entanto, o escorpião amarelo, conhecido como Tityus serrulatus, é a espécie mais frequente no interior do estado e representa um grande perigo”, alerta.

Claudio acrescenta que o veneno desta espécie é altamente potente para o corpo humano, especialmente em crianças, sendo responsável pelos óbitos decorrentes de casos de escorpionismo. Para evitar picadas de escorpiões, o biólogo recomenda uma série de medidas preventivas.

“É fundamental impedir ou reduzir o acesso desses animais às residências, vedando frestas, telando ralos e janelas, além de verificar objetos que possam servir de esconderijo. Também é importante eliminar ambientes úmidos propícios à proliferação de insetos domésticos, como baratas, que são fonte de alimento para os escorpiões. Além disso, é essencial eliminar abrigos, como pilhas de entulho e materiais em desuso. A vigilância deve ser constante, pois é difícil eliminar totalmente os escorpiões do ambiente”, enumera.

Em caso de picada de escorpião, é necessário procurar socorro médico imediatamente. Claudio enfatiza a importância de acalmar a pessoa acidentada e encaminhá-la para um dos centros de tratamento do estado.

A lista com os endereços e telefones desses centros pode ser encontrada no site do Instituto Vital Brazil, proporcionando informações essenciais para uma resposta rápida e eficiente em casos de acidentes com escorpiões. Em Volta Redonda, o atendimento com disponibilidade de soro escorpiônico está concentrado no Hospital Dr. Nelson Gonçalves (antigo Cais Aterrado).

Frente ao aumento de casos de picadas de escorpiões no interior do Estado do Rio de Janeiro, é crucial que a população esteja consciente sobre as medidas preventivas e saiba como agir em caso de acidente. Com a adoção de precauções adequadas e o conhecimento necessário, é possível minimizar os riscos e garantir a segurança da comunidade diante dessa ameaça. 

Foto: reprodução da internet

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