A Polícia Civil de Bananal (SP) concluiu a investigação sobre o caso que chocou o país: a mutilação de um cavalo após uma cavalgada de 14 km. O trabalho contou com a colaboração da perícia veterinária, conduzida pela doutora Luana Gesualdi, e resultou em laudo que comprova que o animal ainda estava vivo quando sofreu os golpes.
O delegado Rubens Luiz Fonseca Melo explicou que a investigação avançou rapidamente. “Recebemos a informação no fim de semana, começamos a trabalhar antes mesmo da repercussão e já na segunda-feira tínhamos autor, testemunhas e local dos fatos identificados. Todas as diligências foram realizadas e o caso remetido ao Ministério Público”, disse. Melo destacou ainda a colaboração do presidente da Câmara de Bananal, vereador Martins, e do veterinário Dr. João, na condução da perícia.
A veterinária Luana Gesualdi reforçou a gravidade do crime e alertou para a questão da exaustão dos animais. “Fadiga, exaustão e rabdomiólise não acontecem por acaso. Elas resultam de esforço exagerado e falta de manejo adequado. Forçar o cavalo além dos limites físicos é crueldade e configura crime de maus-tratos, previsto na Lei Federal nº 9.605/98”, explicou, acrescentando que o cavaleiro tem o dever de reconhecer quando o animal precisa parar. “Respeitar os limites é preservar a vida, a saúde e a dignidade do cavalo”.
Relembre o caso
O caso aconteceu no dia 16 de agosto, quando Andrey Guilherme Nogueira de Queiroz, de 21 anos, decepou as patas do cavalo após o animal cair exausto. Ele alegou em depoimento que o animal já estaria morto e que o ato teria sido motivado pela dificuldade de retirar o corpo de uma ribanceira. Apesar da confissão, Andrey foi liberado, mas o laudo veterinário contradiz sua versão.
A Prefeitura de Bananal repudiou a ação e reforçou que acompanhará o processo, esperando que o responsável seja punido com rigor. A repercussão nacional do caso, com manifestações de artistas como Ana Castela, Luísa Mell e Paolla Oliveira, reforça a necessidade de mudanças na legislação e maior proteção aos animais.
Agora, com a investigação concluída, a expectativa é que o processo siga para julgamento e que novas medidas sejam discutidas para prevenir crimes semelhantes, fortalecendo a rede de proteção aos animais em Bananal e em todo o Brasil.
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