Em leilão realizado nesta sexta-feira (dia 29), a CCR levou a concessão rodoviária mais disputada do país. Com uma oferta de desconto máximo na tarifa de pedágio e valor de outorga de 1,7 bilhão de reais, a empresa ganhou a licitação da Rodovia Presidente Dutra.
O leilão, realizado na B3, em São Paulo, contou com a presença do ministro Tarcísio de Freitas, da infraestrutura, e Natália Marcassa, secretária de Planejamento e Parcerias da pasta, além de executivos da CCR e da EcoRodovias, que disputaram a concessão da rodovia.
“Tem muita inovação nesse leilão. Estamos inaugurando uma nova era de leilões no Brasil. Podíamos ter prorrogado o contrato, mas optamos por fazer uma nova licitação adequando a rodovia a um novo momento do país”, disse Freitas antes do leilão.
Segundo o Ministério da Infraestrutura, o valor do pedágio deve cair 35% para os usuários. O contrato de concessão estipula investimentos de 15 bilhões de reais ao longo de 30 anos — outros 11 bilhões de reais são calculados como custos operacionais imprescindíveis. “Era uma briga de gigantes mesmo, não havia espaço para empresas com menor capacidade de investimento e entrega de resultados”, diz André Luiz Freire, sócio do escritório Mattos Filhos.
A disputa ficou restrita à CCR, atual administradora da Dutra, e à EcoRodovias, que entregaram os envelopes com as propostas no início da semana.
De acordo com as regras do edital, os proponentes puderam oferecer um deságio de no máximo 15,31% na tarifa do pedágio. A intenção era não canibalizar a concessão com descontos muito grandes que pudessem acabar dificultando, no médio e longo prazo, a execução do contrato. Vencida a etapa dos lances pela menor tarifa, dentro do limite estabelecido, os competidores passaram a disputar o maior valor de outorga.
O novo operador da Dutra também vai administrar o trecho da BR-101 entre o Rio de Janeiro e Ubatuba, em São Paulo, incluído na licitação, no qual precisarão ser feitas melhorias. Em 80 quilômetros da BR-101, deverão ser construídos 2,2 quilômetros de túneis e passarelas para animais. As obras mais vultosas, no entanto, serão realizadas na Serra das Araras, no Rio de Janeiro, e nas imediações da cidade de São Paulo, a um custo estimado de 3 bilhões de reais.
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