Elas estão conquistando cada vez mais espaço no mercado de trabalho, ocupando funções tipicamente masculinas. Numa revolução inspiradora, as mulheres vêm correndo atrás de seus objetivos, enfrentando a barreira do machismo, buscando por realizações profissionais e fazendo suas carreiras evoluírem onde desejam.

Em Volta Redonda, uma empresa intitulada S.O.S Manas oferece serviços gerais de casa, como elétrica, solda, pintura, obras de alvenaria, hidráulica, jardinagem, entre outros. A equipe é composta por seis colaboradoras, todas mulheres, que prestam serviços de manutenção principalmente para o público feminino. O grupo também realiza oficinas de capacitação, uma espécie de intensivão para mulheres que não possuem nenhum conhecimento sobre reparos em casa.

De acordo com suas fundadoras, a ‘S.O.S Manas’ surgiu de uma necessidade, em outubro de 2020. “A pandemia fez com que os nossos trabalhos principais fossem encerrados, com isso ficamos meio perdidas, sem saber qual caminho seguir. Eu, como eletricista há 15 anos, precisei voltar a fazer os trabalhos que realizava na indústria, em outro contexto da vida. Quando retomei essa função para tentar sobreviver, a Fernanda, que é minha sócia, com seu olhar empreendedor, enxergou ali uma oportunidade”, conta Gabriela Castro, eletricista, soldadora, bombeira hidráulica e sócia da S.O.S Manas.

“Foi então que criamos uma publicação no Facebook, que teve mais de 800 compartilhamentos. No dia seguinte, meu telefone tinha umas 50 chamadas de mulheres querendo contratar os serviços. Foi a partir daí que a gente entendeu que aquilo realmente tinha sido o nascimento de um projeto muito maior do que a gente imaginava”.

Fernanda Dias tem apenas 25 anos, é estudante de Engenharia Civil e sócia-proprietária da S.O.S Mana’. Ela conta que os trabalhos da empresa envolvem todo um planejamento, com visita técnica e gestão da obra até a entrega, sempre buscando oferecer uma experiência incrível a seus clientes.

“Na nossa empresa, os principais benefícios, além da qualidade nos serviços prestados, são a garantia de um preço justo e de profissionais formadas tecnicamente. Ser atendido por uma mulher tem um diferencial no tratamento, na limpeza, nos detalhes. Somos muito dedicadas naquilo que a gente se propõe a fazer”, explica.

“Não é uma guerra de sexos”

A S.O.S Manas funciona também com profissionais cadastradas e conta com 40 mulheres, que são chamadas por demandas de serviço.

“Por sermos uma cidade com muitas indústrias, temos por aqui várias mulheres que atuam nessas áreas. Por mais que sejam minoria, elas existem. E aí a gente abriu esse cadastro para poder contar com essas profissionais em serviços específicos. Nosso foco é ter mulheres trabalhando para mulheres, mas nem sempre isso é possível. Aí a gente chama um colaborador homem, de nossa confiança, para prestar determinado trabalho junto à nossa empresa. Não é uma guerra de sexos e não queremos criar um desconforto na questão do profissionalismo. É uma colaboração entre os profissionais. Tanto na construção civil quanto na indústria, as mulheres ainda são minoria, mas elas estão ocupando esses lugares cada vez mais e mostrando que são capazes”, comenta Fernanda, destacando que, embora ainda haja preconceito, as mulheres estão derrubando essas barreiras.

“A aceitação é um processo e vai acontecer durante um tempo. A mulher na construção civil ainda assusta. Quando as pessoas veem uma das nossas colaboradoras quebrando a parede, colocando um piso, instalando um relógio ou passando uma hidráulica, se surpreendem. Mas a gente também fica animada porque a aceitação, quando acontece, é muito boa. Nosso atendimento é mais especializado em atender mulheres, justamente por buscar o entendimento delas. A gente recebe muita reclamação de clientes que falam que foram roubadas, que não tiveram respeitada sua vontade ou que foi cobrado um serviço que não foi feito. Então a gente traz esse diferencial, que é o atendimento como a gente gostaria”, acrescenta a fundadora da empresa.

Anjos

Há tempos, Denise Silva de Oliveira recorre à S.O.S Manas em qualquer necessidade que tenha dentro de casa. Hoje, com seu imóvel em construção, Denise fala da importância de se contar com uma equipe de confiança, capacitada e que a deixe confortável em seu lar. “Eu chamo as meninas de meus ‘anjos da guarda’. Elas são muito boas, educadas, inteligentes, caprichosas e de extrema confiança. Elas amam o que elas fazem e eu as indico para qualquer pessoa. Quem quer ter um trabalho bacana, confiável e de qualidade, é com elas”.

Plataforma

O grupo ainda está desenvolvendo uma plataforma online com previsão de início para o ano que vem. O objetivo é agilizar os atendimentos, acessar notícias e servir como uma ferramenta de divulgação de serviços de outras mulheres profissionais de diversas áreas. A plataforma está sendo desenvolvida por Gabriela Montes, de 24 anos, Técnica em Informática Cientista da Computação e desenvolvedora da S.O.S Manas. Além das “Gabrielas” e de Fernanda, a empresa ainda é composta por Caroline Silva, engenheira de produtos e gerente de projetos, e Marcele Floering, especialista em Segurança do Trabalho.

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