Pouco mais de um mês após quatro pessoas morrerem em um acidente, a mobilização das autoridades para evitar o registro de novos casos fatais na Rodovia do Contorno parece ter caído no esquecimento. De concreto, por enquanto, apenas a instalação de redutores de velocidade.
Fora isso, o trecho que liga a BR-393 e a Rodovia dos Metalúrgicos continua apresentando problemas de drenagem e minando água com argila, colocando em risco os motoristas que trafegam pelos cerca de 6 km de estrada.
“Há o aviso do perigo da Rodovia, mas entre um quebra-molas e outro o percurso é de 200 metros, o suficiente para o motorista acelerar. A água com argila que fica no asfalto está no meio desse trajeto, ou seja, o quebra-molas ajuda, mas não é efetivamente uma barreira, principalmente para aqueles que não conhecem o local. O risco de acidentes continua”, disse um morador de um condomínio no local que preferiu não se identificar.
A Folha do Aço consultou o engenheiro Francisco Roberto Silva de Abreu, professor de Geologia e Mecânica dos Solos do UniFoa, sobre a situação. Ele explicou que o problema no local é chamado de bombeamento de finos, devido às trincas e fissuras do pavimento asfáltico,
“Com isso a água infiltra e, com o passar do tempo, retorna com esse material mais fino, exatamente pela carga dos caminhões e carros que passam pela rodovia. Ele vai se espalhando pelo local gerando risco de derrapagem e acidentes nesse setor”, explicou.
Para o especialista, a solução está em direcionar as ações no sistema de drenagem da pista. “Considero que resolver a questão das fissuras, das trincas e da falha da drenagem seja parte da solução dos problemas da pista”, sugere. Nos últimos dias, viaturas da Polícia Militar e da Guarda Municipal não foram vistas posicionadas no trecho da rodovia.
Foto: Rômulo Nonato