A Associação de Moradores do Belo Horizonte, em Volta Redonda, está empenhada em transformar em centro cultural e educativo o imóvel da rua central do bairro que abrigava uma escola estadual. O local está abandonado pelo poder público há sete anos.
Para tirar do papel o projeto que atenderia crianças, jovens e adultos, a comunidade se uniu e busca junto ao governo do estado a autorização para utilizar as dependências do antigo Colégio Estadual Pau D’Alho.
“Consegui alguns contatos e cheguei a fazer uma solicitação por e-mail ao gabinete do governador Cláudio Castro, encaminhado à secretaria de Estado de Educação. Chegamos a apresentar a proposta de fazer um termo de cessão de uso do espaço, com contrato de três anos para ficarmos responsáveis pelo local”, disse Leandro Rodrigues da Costa, conhecido como Leandro Panda.
O representante da Associação reconhece que a burocracia é um dos obstáculos a ser superado, “Até o momento, não temos nada encaminhado, estamos aguardando a avaliação da Seeduc”, explica, referindo-se à resposta do e-mail do gabinete do governador.
Projeto
Enquanto aguarda uma posição do Estado, os moradores seguem o planejamento para a criação do projeto. A proposta inclui a utilização das instalações para a criação de espaços multifuncionais, como salas de aula, biblioteca, teatro e áreas de convivência.
“O bairro é um local com suas vulnerabilidades sociais, e existe um desejo muito grande de fazer uma ocupação social do espaço, com parcerias. Entendemos que a transformação passa pela presença do Estado na educação, na cultura e das ferramentas que se tem de estar presente na comunidade, podendo levar à população essas ações”, afirmou Leandro Panda.
Os moradores do bairro Belo Horizonte estão empenhados em buscar recursos e parcerias para viabilizar a concretização do projeto. A ideia é envolver moradores, instituições locais e até mesmo os poderes públicos, garantindo a sustentabilidade e o sucesso do empreendimento. A iniciativa tem recebido apoio da comunidade, que observa nesta transformação a oportunidade de revitalizar a comunidade, oferecendo melhores perspectivas às futuras gerações.
Segundo relatos de Leandro Panda, há um entendimento de boa parte dos moradores de que o centro cultural e educativo será um local de encontro e interação, onde serão compartilhados conhecimentos, habilidades e experiências, fortalecendo os laços comunitários.
“O espaço está ocioso desde 2016 e os moradores já compraram a ideia. Sempre nos perguntam como estamos fazendo para conseguir viabilizar o projeto. São várias salas, banheiros, um espaço maravilhoso que está entregue à deterioração e que poderia ser usado pela terceira idade, pelas crianças”, enumera o líder comunitário.
“Também pensamos que o local poderia ser um subnúcleo da Cecierj ou até mesmo da Faetec, com cursos profissionalizantes”, descreve, fazendo referência às fundações Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro e de Apoio à Escola Técnica.
Nota
Em nota, a Secretaria de Estado de Educação informa que a unidade em questão teve suas atividades encerradas em 2016 (sete anos). O colégio foi extinto e os alunos absorvidos pelas redes estadual e municipal. “Por este motivo, não há previsão de implantação de projetos no colégio. Isso não impede que no futuro ela seja reativada, ficando a decisão condicionada à necessidade de uso”.
Foto: arquivo pessoal