Terminou sem acordo a reunião desta segunda-feira (dia 27) envolvendo o Sindicato dos Metalúrgicos e a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) para tratar dos valores do Programa de Participação dos Resultados (PPR).  

“A nossa expectativa era de que fossem apresentados dados concretos e uma proposta de valor para que as negociações fossem aceleradas e os trabalhadores já pudessem receber. Achamos muito estranha a conduta da CSN, ignorando os vários pedidos de negociação, que só reforça o descaso e falta de respeito com que vem tratando os trabalhadores. Isso só causa descontentamento no meio dos trabalhadores. Não dá para nós ficarmos segurando a pressão da revolta no chão da fábrica”, reagiu Silvio Campos, presidente do Sindicato.


No encontro desta segunda-feira, o Sindicato apresentou como reivindicação, em caráter de urgência, pagamento de 100% do Target, “já que em 2018 os resultados divulgados foram inferiores ao ano passado (2018 a CSN pagou 61% do Target)”. A entidade sindical propôs que o valor seja pago no prazo de cinco dias úteis. 

Também sugeriu que a empresa forneça um crédito extra no cartão alimentação para compensar o valor do pagamento do Imposto de Renda. “Destacando que essa proposta já foi discutida e aceita pelo presidente da empresa, em outra ocasião”, salientou o Sindicato em seu boletim.

Quanto à renovação do acordo coletivo, os representantes dos trabalhadores expressaram a importância de que as negociações iniciem imediatamente, após o acerto do PPR. Inclusive, sugeriram que a empresa crie um pacote: PPR e Acordo Coletivo, com propósito de pagamento imediato. 

Além disso, indicou a prorrogação da data-base (1º de maio) até o fim das negociações, com a garantia de manutenção dos benefícios aos metalúrgicos. Outra prioridade é a necessidade de pagamento imediato da bonificação de 70% aqueles trabalhadores que saíram  de férias nesse período de  pandemia, que até agora não receberam.

Também foi tratada a Medida Provisória 936, do governo federal, que permite a suspenção de contratos de trabalho e diminuição de jornada e salários dos trabalhadores. O Sindicato defendeu que não seja aplicada na CSN sem que haja negociação. Pediu, ainda, que não haja demissões até o final dessa crise.  

A direção do Sindicato revelou que, diante da falta de perspectiva favorável ao mercado, a Siderúrgica sugeriu que seja negociado um banco de horas negativo, possibilitando que as horas geradas nesse momento de crise sejam compensadas mais à frente. Ainda de acordo com a entidade, os representantes da CSN consideram essa medida como uma forma de proteger os trabalhadores, evitando demissões.

“Não acreditamos que diante de um momento tão delicado como esse, a empresa vai deixar de dar um exemplo como um modelo de responsabilidade social e de ação positiva em proteção dos trabalhadores”, afirma Silvio.

A direção do Sindicato dos Metalúrgicos cobrou da empresa urgência na negociação e se colocou à disposição para retomar as discussões.

2 COMENTÁRIOS

  1. Quem acredita em reunião presencial com toda tecnologia de hoje em dia e esse acordo sobre o tema ja está fechado a muito tempo o resto é teatro.Nada de novidade em relação aos anos anteriores e ainda me arrisco a dizer que será no máximo 1.5 salarios depois de muita lenga lenga.

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