A denúncia oferecida à Justiça pelo Ministério Público revela a participação de pessoas ainda não identificadas, incluindo outros vereadores da Câmara Municipal de Barra Mansa, na prática de delitos para garantir maioria nas votações de interesse do prefeito Rodrigo Drable (DEM) e seu grupo político. De acordo com a promotoria, o grupo se associou, “de forma estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagens indevidas mediante a prática sistemática de crimes contra a Administração Pública daquela municipalidade, em especial, do delito de corrupção ativa e passiva”.

Para o MP, Drable exerce a liderança da organização criminosa, “tendo por função cooptar seus membros com o oferecimento de vantagens indevidas e ainda articular e indicar os atos e votações de interesse da súcia, tendo por finalidade principal o controle das votações na Câmara de Vereadores”.

Por sua vez, o denunciado Paulo Chuchu (Solidariedade), presidente da Câmara Municipal de Barra Mansa, atuaria como intermediário e articulador do Chefe do Executivo, “promovendo a abordagem inicial das pessoas a serem cooptadas para integrar o grupo e atuar em favor dos interesses da organização”. O papel dele, de acordo com o MP, seria o de evitar “a demasiada exposição criminosa do prefeito, que na maioria das vezes age por interposta pessoa, principalmente o próprio Paulo Chuchu e o denunciado Zélio [Show]”.

No organograma levantado pelo MP, cabia ao também denunciado Jorge Ricardo, coronel reformado da PM, acompanhar o prefeito Rodrigo Drable “nos encontros espúrios, dando-lhe suporte material e moral, bem como o auxiliando, com consciência e vontade, nas empreitadas criminosas lideradas pelo alcaide”.

Na qualidade de ocupante de cargo comissionado no Executivo Municipal, segundo declarações do vereador Gilmar Lélis (PRTB), o oficial da PM exercia suas funções na secretaria de Ordem Pública, “e desempenha, na organização criminosa, a função de articular com os demais órgãos, especialmente vinculados à segurança, a proteção dos interesses do prefeito”.

Ainda de acordo com a promotoria, após parecer do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) ter apontado irregularidades nas contas da prefeitura de Barra Mansa referentes ao exercício de 2018, sugerindo a não aprovação, o prefeito Rodrigo Drable, “valendo-se da estrutura de apoiadores políticos já organizados para a prática de ilícitos voltados ao favorecimento do grupo, passou a arregimentar os integrantes da organização com o fim de aumentar o número de integrantes do grupo e manipular, a seu favor, o resultado da sessão de votação das contas […], aliciando parlamentares com promessas indevidas de pagamento em dinheiro em troca de voto favorável à aprovação das referidas contas”.

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