O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) informou, no final da tarde de sexta-feira (dia 24), que o processo que determinou o afastamento das funções públicas do prefeito de Barra Mansa, Rodrigo Drable (DEM), e de dois vereadores do município está em tramitação. De acordo com a assessoria de imprensa do órgão, “ainda não há data agendada para julgamento do processo em sessão”.

Nos últimos dias, a informação que circulou era que uma liminar seria concedida para derrubar a decisão da desembargadora Suimei Cavalieri, responsável pela decisão que autorizou a operação Acerto de Contas, o que não aconteceu até o fechamento desta edição. Drable está afastado do cargo desde o último dia 14, quando o Ministério Público Estadual e a Polícia Civil cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços ligados a ele.

O prefeito é acusado pelo MP de corrupção e formação de organização criminosa. A investigação foi motivada por uma propina oferecida ao vereador Gilmar Lelis (PRTB). Também foram denunciados e afastados das funções os vereadores Zélio Show (PRTB) e Paulo Chuchu (Solidariedade), presidente da Câmara Municipal, e o coronel reformado da Polícia Militar Jorge Ricardo da Silva, ocupante de cargo comissionado na administração municipal.

O afastamento de Rodrigo Drable pegou de surpresa muitas pessoas e embaralhou o jogo político em Barra Mansa. Faltando pouco mais de quatro meses para as eleições, a indefinição sobre o futuro político do chefe do Executivo, que até a operação da semana passada aparecia de forma confortável na liderança das pesquisas, alterou o panorama e as negociações internas dos partidos.

Além de uma série de especulações, os últimos dias foram de reuniões e troca intensa de mensagens entre as lideranças partidárias de diferentes correntes. Aqueles que já demonstravam intenção de concorrer nas eleições de novembro reforçaram o desejo.

“Tenho recebido aplausos e elogios sobre a desgraça do prefeito. Não as mereço. Primeiro, porque não desejo a desgraça de ninguém, por mais que ele tenha se empenhado em tentar desgraçar a minha vida. Esse poder ele nunca teve, embora achasse que tinha. Em segundo lugar, a desgraça dele não me interessa, mas me interessa muito a ressurreição desta cidade, algo que ele nunca quis”, afirmou Júlio Esteves, opositor de Drable e pré-candidato a prefeito pelo PRTB,

Outros nomes cotados para concorrer em Barra Mansa são do vereador Thiago Valério (Cidadania), Jackson Emerik (Solidariedade), do advogado Noé Garcez (PSB), do empresário Bruno Marini (PSD), a professora Clarice Lima (PT) e do capitão da PM Daniel Abreu (Patriota). Já o PSOL, que em novembro do ano passado divulgou que contaria com um pré-candidato, ainda não confirmou o possível nome. Em postagem nas redes sociais, no último dia 17, a legenda reafirmou que “haverá sim uma pré-candidatura pautada no ecossocialismo, na defesa da educação, da saúde de qualidade e nas pautas progressistas”.

Na ala da situação, o clima ainda é de muita apreensão com o futuro político de Rodrigo Drable. No caso da impossibilidade de candidatura do prefeito afastado, as opções seriam a atual prefeita interina, professora Fátima Lima (PSC), e dois ex-integrantes da equipe de Drable: o advogado Luiz Furlani e o empresário Alexandre Martins, ambos filiados ao PSDB.

As convenções partidárias para a escolha de candidatos, que aconteceriam de 20 de julho a 5 de agosto, serão realizadas no período de 31 de agosto a 16 de setembro, conforme estabeleceu a Emenda Constitucional (EC) nº 107/2020, que adiou as Eleições Municipais 2020.

Desistiu

 Indo contra a corrente de novas candidaturas, o vereador Marcell Castro (Cidadania) retirou seu nome da disputa. Em uma analogia, o parlamentar que faz oposição na Câmara Municipal ao atual governo, afirmou que a eleição é como uma corrida de carros. “Além de um bom piloto, precisamos de um bom carro e uma boa equipe. Tínhamos tudo isso no PTB, mas o partido não conseguiu atingir o número mínimo de nove pré-candidatos a vereador para que a composição de uma nominata fosse possível. Por isso, decidi rumar ao Cidadania e apoiar o Thiago [Valério]”.

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