Traficantes de duas favelas de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, transformaram escolas e creches, desocupadas em razão da pandemia de Covid-19, em pontos de venda de drogas. É o que apurou a “Operação Lix”, ação da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod) da Polícia Civil, deflagrada nesta sexta-feira (dia 18), que contou com apoio de agentes do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core). Até o momento, uma pessoa morreu durante troca de tiros com policiais e outras 16 foram presas.

“Ficou comprovado na investigação que traficantes se utilizam de creches e escolas como pontos de vendas de drogas, ao mesmo tempo que a polícia não pode chegar perto desses locais em operações por conta de algumas decisões que restringem a nossa atuação”, afirmou o delegado Gustavo Castro, titular da Dcod.

Além das escolas e creches invadidas, a Polícia Civil encontrou, durante as investigações, casas de moradores que foram demolidas, após estes não concordarem com a ação dos criminosos. Segundo a Polícia Civil, os traficantes se preparavam para construir prédios ilegais que seriam revendidos a preços bem inferiores aos praticados no mercado imobiliário.

“Essa é uma atividade da milícia que o tráfico adotou. A narcomilícia está atuando em Caxias com a anuência do Charles do Lixão. Eles estão com práticas antes oriundas da milícia”, contou o delegado Felipe Curi, titular do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE).

Segundo a Dcod, o chefe da quadrilha é Charles Silva Batista, também conhecido como Charles do Lixão. O criminoso está preso em Bangu 1. Apesar disso, de acordo com os agentes, ele continua praticando crimes, inclusive nomeando os gerentes gerais das comunidades após a morte de seu filho Charles Jackson Neres Batista, o Charlinho, durante um confronto com a Polícia Militar em março de 2019.

Um novo mandado de prisão foi cumprido contra Charles do Lixão na manhã desta sexta-feira (dia 18). Ele estava prestes a deixar o sistema prisional, mas foi impedido pela ação de hoje.

Os suspeitos responderão pelos crimes de organização criminosa, tráfico de drogas, roubo majorado, porte ilegal de armas, entre outros crimes, cujas penas somadas ultrapassam 30 anos de prisão.

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