Neste sábado (dia 17), aniversário dos 67 anos de Volta Redonda, o prefeito Neto (DEM) poderá ganhar um verdadeiro ‘presente de grego’. Famílias dos movimentos sociais ‘Ocupação da Paz, ‘Reflexo do Amanhã’ e de grupos sem-teto planejam promover atos de protesto para a questão habitacional. A pauta é uma antiga promessa de campanha do prefeito Neto (DEM), que desde seu quarto mandato (2012-2016), caminha de forma vagarosa, se é que caminha, para sair do papel.

O movimento ‘Ocupação da Paz’, que há quase 60 dias lidera o acampamento na Praça Sávio Gama, em frente a sede do governo, convocou seus integrantes e simpatizantes a irem às ruas para protestar por “terra e moradia digna em Volta Redonda”. A manifestação está sendo convocada pelas redes sociais.

Segundo os organizadores do protesto, sábado não será um dia de comemoração na cidade. “Enquanto houver terrenos vazios e pessoas sem casa, nossa luta será diária! Estamos falando de milhares de famílias que em nossa cidade agonizam com o alto preço do aluguel, o aumento da passagem do ônibus, o preço da comida, o desemprego, o trabalho informal e a luta pela vida. Por isso, convocamos todos e todas, aqueles que vivem em áreas de posse, em outras ocupações, pessoas indignadas com nossa situação, apoiadores, movimentos e partidos que venham para nossa caminhada”, afirma trecho da nota.

A programação do protesto prevê que, após o ato na Praça Brasil, os desabrigados voltarão à frente do Palácio 17 de Julho. Em seguida, deve ocorrer uma assembleia para construção e fundação coletiva da Associação de Posseiros e Sem-Tetos da cidade, entidade de luta que contará com a participação de famílias da ocupação ‘Reflexo do Amanhã’ e de outros movimentos.

Os sem-teto do movimento ‘Reflexo do Amanhã’, instalados em terreno, na Rua 25, no Padre Josimo, planejam ajudar a encorpar a manifestação. As 70 famílias desta ocupação também estarão presentes, segundo suas lideranças.

Intimidação

Para os organizadores do protesto, os atos do próximo sábado têm uma importância ainda maior, já que, segundo relatos recebidos pela Folha do Aço, dois homens, que não foram identificados, estiveram na área da ocupação, na manhã da última segunda-feira (dia 12), escoltados por dois policiais militares uniformizados, e deram uma semana para que os posseiros deixassem o terreno.

Procurado pela reportagem, o setor de Comunicação Social da PM em Volta Redonda (P5) afirmou que o caso será apurado internamente. “Em relação aos fatos narrados, o comando do 28°BPM informa que está abrindo procedimento para apurar o fato informado por este veículo de comunicação.”

Falta de diálogo é um dos entraves

Para os líderes dos diversos assentamentos que ocupam áreas de propriedade pública e privada em Volta Redonda, a falta de diálogo e medidas eficientes por parte do Poder Público, além da pandemia de Covid-19, que há mais de um ano vem causando demissões e a derrubada da economia brasileira, são as principais causas da explosão de ocupações na Cidade do Aço.

“A Ocupação da Paz resiste bravamente na porta da Prefeitura há quase 60 dias, após um despejo criminoso no meio da pandemia. Sabemos que a nossa situação não é um caso isolado. Temos hoje em Volta Redonda um número exorbitante de terrenos vazios que não estão cumprindo sua função social, em contrapartida temos muitas famílias que vivem de aluguel ou de favor, que muitas vezes tem que escolher entre comprar comida ou pagar um lugar para morar”, diz um trecho da convocação para os protestos de sábado (dia 17).

Até o momento, a prefeitura de Volta Redonda não voltou a se manifestar sobre a situação dos sem-teto. Contudo, a agenda oficial da prefeitura para o aniversário da cidade, inclui diversas atividades, além de uma live com o grupo de pagode “Fundo de Quintal”. Tudo é questão de “prioridade”.

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