Não é novidade para ninguém que a relação do prefeito Neto (DEM) com a educação pública e seus profissionais nunca foi das melhores. Prova disso é a situação da Fundação Educacional de Volta Redonda (Fevre). Desde o começo do ano a instituição vem sendo um dos principais “alvos” do mandatário do Palácio 17 de Julho.

Assim que assumiu a Prefeitura, em janeiro deste ano, Neto decidiu cancelar os processos seletivos para as turmas de 1º ano do Ensino Médio e as matrículas para a 1ª do Ensino Médio noturno dos colégios José Botelho de Athayde e Getúlio Vargas. Na ocasião, uma cidadã resumiu o “plano” do Poder Executivo.

“É o início do processo de fechamento do Ensino Médio da Fevre, segmento notoriamente eficiente da educação de Volta Redonda. Uma instituição respeitada não pode ser desmantelada por um governo transitório. A população, maior beneficiária da fundação, precisa reagir a mais esse absurdo”, comentou nas redes sociais.

Na quinta-feira (dia 5), de acordo com postagem do vereador Betinho Albertassi (PSD), o prefeito Neto foi além e decidiu acabar com 18 turmas de ensino médio da Fevre, o que para muitos é a confirmação do lento desmonte da instituição, que há 53 anos oferece educação gratuita e de qualidade para crianças e adolescentes do município.

“Quem nasceu e foi criado em Volta Redonda sabe da importância da Fevre para formação de milhares de jovens e adolescentes. O momento é delicado para o Município, mas entendo que, deixar a história se perder e os alunos serem prejudicados, a conta vai chegar no futuro”, analisa o parlamentar.

Como justificativa, a secretaria municipal de Educação alega que “Ensino Médio é atribuição do governo do Estado”. O argumento não convenceu a população, que se revoltou nas redes sociais. “Com tantas prioridades e necessidade de melhorias na cidade, reduzir as opções de ensino público, é simplesmente um absurdo”, afirmou uma munícipe, em comentário nas redes sociais. “Um absurdo! Fui aluna da Fevre e que época boa em todos os sentidos. Graças a Deus meus filhos puderam utilizar o ensino da Fundação porém quantos não poderiam também aproveitar. Referência em ensino de qualidade. Lamentável”, se indignou uma ex-aluna.

Até o fechamento desta edição a prefeitura não havia se manifestado oficialmente a respeito do assunto.

Ironias

No fim de julho, a Prefeitura de Volta Redonda promoveu um intenso trabalho de divulgação a respeito do mês de agosto, que seria, de acordo com nota enviada à imprensa, o “Mês da Juventude”. Na programação, a equipe do Palácio 17 de Julho incluiu mais de 70 atividades, como lives com temas variados como marketing na atualidade, políticas públicas para juventude, justiça restaurativa, trabalho e educação, meio ambiente com ICMbio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), ansiedade e espiritualidade, empreendedorismo, apresentações de dança, DJs e bandas.

Segundo o censo do IBGE, Volta Redonda tem aproximadamente 64 mil jovens, que compreendem idades de 15 a 29 anos. É no mínimo irônico, por assim dizer, que uma cidade que, pelo menos no papel, parece valorizar os jovens, tente o desmonte de uma instituição como a Fevre, que conta com cinco escolas, além do Centro de Qualificação Profissional para jovens e adultos.

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