A pandemia veio e nos últimos 18 meses não só as pessoas tiveram que se adaptar à nova realidade. As empresas também precisaram passar por reformulações em todos os seus setores. Entre tantas perdas, empresas também ficaram sem seus fundadores e com isso, o enfrentamento da sucessão familiar. E você sabia que 75% das empresas familiares fecham quando passam para herdeiros?

E para isso não acontecer é preciso entender como estruturar uma boa governança e garantir a passagem de gerações. Outro ponto importante do atual momento é o trabalho em sistema de home office, muito comum em outros países, os brasileiros tiveram que se adaptar rapidamente a essa nova forma de trabalhar. Para conversar melhor sobre esses assuntos, o advogado, Ronaldo Souza Barbosa, mediará nesta terça-feira (dia 31), às 16h30min, uma Live Jurídica, com dois convidados: Jaci Tadeu, fundador e CEO do grupo SISEN e Fundação Dom Cabral, e Dr. Luiz Nelcy Caravieri de Souza, Juiz do Trabalho da 2ª Vara do Trabalho de Resende.

Segundo o Dr. Ronaldo Souza Barbosa, a ideia da live é orientar a classe empresarial, colaboradores e futuros advogados sobre esses temas extremamente atuais, relevantes e novos para o nosso mercado. “O primeiro tema vai abordar questões como: quando os filhos assumem as empresas do pai, avós, para que eles a conduzam de forma correta e façam a sucessão dar certo. Afinal de contas, muitas empresas acabam morrendo, quando seu fundador se ausenta. Já o segundo tema, com o Juiz Luiz Nelcy, vai tratar sobre os direitos e deveres no trabalho em sistema de home office. Perguntas como: o horário é pré-definido? O empregador pode ligar a qualquer hora? Como controlar as tarefas? Percebemos que esse tipo de prestação de serviço não era tão comum no Brasil como é agora durante o enfrentamento a pandemia da Covid-19. Muitas empresas se viram sem saída e precisando atuar com o funcionário em sistema de home office e muitos empregadores e empregados não sabem seus direitos e deveres”, explicou o advogado, que será mediador da live jurídica.

Para Jaci Tadeu, que irá abordar o tema “Sucessão familiar: a melhor forma de obter o sucesso”, não só aos que trabalham no negócio, mas a todos os familiares, desde os primeiros anos da juventude, é fundamental que busquem o amadurecimento nos temas que envolvem os negócios de empresas de controle familiar. Para ele, há de se tomar cuidado com alguns mitos da sociedade. Um deles é de que a melhor solução é colocar executivos de mercado para “profissionalizar” empresas de controle familiar.

“Membros familiares, à frente dos negócios, bem capacitados e amadurecidos, geram mais valor que executivos de mercado. Acredito que existem muitos desafios para adequar e equilibrar a gestão dos negócios, da participação da família no negócio e a propriedade. Todavia, quando penso na longevidade, acredito que a sucessão do principal líder seja um dos maiores desafios, principalmente se for a do fundador – que chamamos a 1ª geração. A legitimação do sucessor familiar. Haverá sempre o estigma de que ele ocupará a posição por ser um membro familiar, não por competência. Ele tem que se dedicar para alcançar a confiança dos demais líderes e funcionários. E, como sabemos, confiança não se ganha, se conquista”, garante ele.

A coordenadora do curso de Direito do Centro Universitário de Barra Mansa (UBM), Marlene Iusten Nowak, diz que o momento é oportuno para trazer essas temáticas para dentro das universidades. “Falar da sucessão nas empresas familiares é assunto que não pode ser postergado e demanda orientação de profissional de Direito. A sucessão empresarial deve ser implantada para criar um planejamento sólido e eficaz observando as características do negócio e do grupo familiar”, salientou.

Para o Dr. Luiz Nelcy Caravieri de Souza, Juiz do Trabalho da 2ª Vara do Trabalho de Resende, o Brasil não tem tradição de trabalho remoto, ou em home office, mas ele explica a importância desta atividade e principalmente, desta live nesse momento. “Com a pandemia, essa condição se impôs até mesmo em razão da necessidade de distanciamento social. Há muitos problemas advindos da adoção repentina dessa forma de trabalho, em especial no que diz respeito ao controle da jornada e do exercício pelo empregador de seu poder disciplinar e diretivo. Por outro lado, acredito que temos que regulamentar aceleradamente as condições de trabalho remoto, pois entendo que cada vez mais será utilizado pela economia produtiva brasileira. E é fundamental abordarmos esse assunto o quanto antes”, afirmou ele.

Marlene Iusten Nowak, acredita que o trabalho home office veio para ficar. “Entretanto, necessita de regulamentação para atender aos interesses do empregador e do empregado. Todos nós aprendemos a encurtar distâncias, por meio dos encontros remotos, seja no trabalho, entre amigos ou familiares. Ambos se tornarão permanentes. Então, precisamos fazer a abordagem desses temas com os nossos alunos, estamos apoiando a live e queremos a participação dos nossos universitários”, declarou ela que, aproveitou para parabenizar os envolvidos pela iniciativa.

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