Em meio a uma alta da inflação, a disparada do preço dos combustíveis, 580 mil mortos pela Covid-19 e a tensão entre os poderes, o Brasil ganhou mais um motivo para se preocupar. Em pelo menos oito estados, agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), relataram grupos de caminhoneiros bloqueando estradas, numa clara tentativa de convocar uma greve da categoria.

No Sul Fluminense, foram registradas manifestações na via Dutra e na Rodovia Lúcio Meira (BR-393). Na noite de quarta-feira (dia 8), no posto Flumidiesel, houve protesto de forma pacífica e com a adesão voluntária, segundo informou a PRF. Na BR-393, os manifestantes ficaram concentrados no pátio do posto Borba Gato, nas proximidades do bairro São Luís, em Volta Redonda.

O cenário ficou ainda mais tranquilo na quinta-feira (dia 9), quando praticamente não houve concentração de manifestantes pelas rodovias da região. Tanto na Dutra quanto na 393, os caminhoneiros seguiram viagem, de acordo com informativo das concessionárias que administram as rodovias.

No dia anterior, na via Dutra, altura de Seropédica, cerca de 40 manifestantes reuniram-se e tentaram bloquear a estrada, na altura do km 13, com seus caminhões. A PRF foi acionada e garantiu que o trânsito não fosse interrompido.

Paralisação

Os caminhoneiros que aderiram às paralisações em diversos locais do país são, em sua maioria, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Após incitar uma série de comportamentos insurgentes, como manifestações pedindo a destituição de Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e o fechamento da Corte, intervenção militar e afirmar que não irá seguir mais decisões do Ministro Alexandre de Moraes, Bolsonaro recuou e, em áudio destinado aos caminhoneiros grevistas, pediu para que as paralisações fossem dispersadas, pois isso “atrapalha a economia do país”.

Em nota, a Associação Nacional de Transporte de Cargas e de Logística (NTC&Logística), empresa que congrega cerca de 4.000 mil empresas de transporte de cargas, repudiou os atos. “Trata-se de movimento de natureza política e dissociado até mesmo das bandeiras e reivindicações da própria categoria, tanto que não tem o apoio da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos”, diz o presidente da entidade, Francisco Pelucio.

 País

Grupos bolsonaristas nas redes sociais anunciaram que a manifestação prometia paralisar o país. Na realidade, o que se viu foi um movimento disperso, com manifestações ocorrendo no Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Bahia, em Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Maranhão.

Em todos esses locais, as pistas não foram totalmente bloqueadas. O Ministério da Infraestrutura afirmou que “a PRF se encontra em todos esses locais e trabalha pela garantia do livre fluxo”.

No Sul do país, região que concentra o maior contingente de apoiadores do Governo Federal, pelo menos 30 cidades registraram bloqueios nas pistas. No Mato Grosso, o Ministério da Infraestrutura computou 94 manifestações e 28 bloqueios.

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