O Tribunal de Justiça decretou a prisão preventiva de Felipe Tobler Lemgruber, ex-servidor do próprio Tribunal, acusado de fazer um esquema de apostas esportivas em pirâmide financeira. Entre as vítimas de Tobler estavam juízes, servidores do Judiciário e moradores de Barra do Piraí e Volta Redonda. Ele foi demitido há dois meses após investigações internas do TJ.

Na decisão em que aceitou a denúncia do Ministério Público e decretou a prisão preventiva do ex-servidor, a juíza Anna Carolinne Licasalio da Costa ainda afirmou que Tobler tentava buscar novos investidores para quitar as dívidas, formando uma “bola de neve”:

“O prosseguimento das investigações apontam para a existência de indícios de crime de estelionato e que Felipe já se encontrava em débito com seus “clientes/investidores” há algum tempo e vinha buscando novos investidores em outros grupos de modo a saldar as dívidas pré-existentes, formando-se assim uma bola de neve quando os apostadores resolveram resgatar os aportes”, diz trecho da decisão obtida pelo GLOBO.

Alguel de carros importados

As investigações da 88ª DP (Barra do Piraí) e do Ministério Público da cidade duraram cerca de seis meses. Os crimes imputados ao ex-servidor chegam a mais de 70 anos de prisão. Felipe Tobler, aponta as investigações, usava seu prestígio como servidor do Tribunal de Justiça e de professor universitário para angariar cada vez mais vítimas. Entre suas promessas estava investir o dinheiro das vítimas em apostas de jogos esportivos e entregar 10% de lucro ao mês. Após as vítimas entregarem o dinheiro, Felipe chegava a entregar o lucro prometido por alguns meses.

Com o passar do tempo, as vítimas pegavam empréstimos, vendiam carros, imóveis e entregavam todo dinheiro ao ex-servidor. Mas, após alguns meses, Tobler parou de fazer os pagamentos e algumas famílias foram à falência.

Durante a investigação, a Polícia Civil descobriu que Tobler alugava carros importados e circulava pelas ruas de Barra do Piraí para passar a imagem de ser um investidor bem sucedido. O ex-servidor também entregava presentes para seus clientes na tentativa de ganhar mais confiança. Em um dos episódios, após uma das vítimas fazer um depósito de R$ 300 mil, Tobler enviou pizzas para outras 30 famílias que investiam nele, a fim de passar a imagem que os negócios iam bem.

A Polícia Civil também descobriu que em outra tentativa de criar credibilidade entre as vítimas, o ex-servidor realizava videoconferências com esportistas.

Com informações do Extra

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