“Os carros são como as lanchas, as motos são como jet sky, e os pedestres? Claro, são como banhistas”. O comentário postado em uma rede social ilustra, de maneira descontraída, a sensação enfrentada por moradores de Volta Redonda a cada chuva registrada na cidade neste início de ano. E se as águas de março estão fechando o verão, parafraseando a famosa música de Tom Jobim, muito transtorno ainda está por vir.

Todavia, para quem já enfrentou o sufoco, como da última terça-feira (dia 17), quando diversos pontos de alagamentos foram registrados na cidade, em poucos minutos de tempestade, o alerta é válido.

A verdade é que os volta-redondenses andam ressabiados com qualquer indício de chuva. E isso se justifica. Nos três primeiros meses do ano, foram constantes as ruas e calçadas tomadas de água por todos os lados. Na última terça-feira (dia 17), por exemplo, diversos pontos de alagamento foram registrados na cidade. Em poucos minutos, vídeos e fotos começaram a circular em redes sociais, evidenciando os transtornos.

Na região do bairro Conforto houve registro de motocicletas quase totalmente submersas. Na Vila Santa Cecília, passageiros que aguardavam ônibus próximo ao Instituto de Educação Manoel Marinho, na Avenida dos Trabalhadores, precisaram subir nos bancos dos pontos para se abrigar. No Retiro pontos de alagamentos se formaram, causando transtornos e dificuldades de locomoção. 

Falta de manutenção

A falta de manutenção nos bueiros da cidade seria uma das razões para alagamentos registrados em Volta Redonda. No dia 6 de março, a Prefeitura divulgou que equipes da secretaria de Infraestrutura faziam ações de tapa-buracos, roçada, limpeza de ralo, desobstrução de bueiros, recolhimento de entulhos e poda de árvore em diversos bairros.

Como os alagamentos seguem sendo registrados, fica evidente a necessidade de intensificar os trabalhos. “Os carnês do IPTU estão chegando, a população toda de Volta Redonda tinha q se juntar e não pagar! Aí sim, o povo teria uma resposta das autoridades. Certo que algumas pessoas também são porcas. Jogando lixo e entulho em todo lugar. Mas a Prefeitura tem que cuidar da cidade. Uma cidade limpa e organizada, a população se sente na obrigação de cuidar também! Do jeito que está, a Prefeitura não cuida e o povo menos ainda”, escreveu uma internauta.

Dicas 

Quem teve algum prejuízo provocado pelas chuvas pode ingressar com uma ação na Justiça. No caso de veículos, o segurado que possuir uma apólice de seguro compreensivo do automóvel terá direito a indenização. O seguro compreensivo são aqueles popularmente conhecidos como seguro total ou completo. Nesse tipo de apólice, ele traz a cobertura para os danos de enchentes. Se o carro estiver parado na rua, garagem, estacionamento, ele tem cobertura sim, ou seja, tem direito a indenização.  

No caso do seguro do automóvel, se a apólice for restrita àquele que só cabe para roubo e furto, ou somente para terceiros, esse tipo de seguro não tem cobertura, não vai ser pago a indenização. Tem que ser aquele que é seguro total ou completo para ter direito a indenização.

Com relação aos lojistas que perderam mercadorias, se tiverem seguro que tenha cobertura para alagamentos e enchentes, eles vão ser ressarcidos, tem direito a indenização pelo seguro. 

Outro ponto importante, a Prefeitura pode ser responsabilizada pelo o que aconteceu. Principalmente no caso de pessoas que não tinham seguro, que estavam em determinado local, não tinham seguro do carro, ou das lojas. A responsabilidade do Município, no caso, decorre da sua ineficiência administrativa, ausência ou demora na realização de obras necessárias que permitam que, cada vez mais, haja inundações. Então as pessoas que se sentirem lesadas, lojistas, proprietários dos automóveis que tiveram prejuízo e que não têm seguro, podem acionar a Justiça. 

A orientação de especialistas é que, primeiro, caso os lojistas e os condutores dos veículos que tiveram prejuízos não tenham seguro, o ideal é juntar provas e procurar um advogado de sua confiança para conversar e entrar com uma ação judicial. Já as pessoas que têm seguro, acionem a sua seguradora, porque, tendo a cobertura, você será ressarcido.

Enchentes das goiabas

Na história consta que, nas áreas rurais, eram comuns goiabeiras às margens dos rios, córregos e ribeirões. As goiabas começavam a amadurecer em janeiro, de modo que em março a maioria já estava amarelinha nos pés, caindo facilmente. Quando chegava o meio do mês de março, por volta do dia 19, o solo já estava totalmente encharcado. A água que caía em forma de temporais, com ventania, derrubava as frutas. As inundações repentinas acabavam levando as goiabas para os rios.

A chuva do final de verão também é chamada de enchente de São José em alguns locais, por causa do dia em que se celebra a memória do santo católico, pai adotivo de Jesus e esposo de Maria.

Foto: Reprodução da internet

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