A simples vontade de ajudar a comunidade. Com este propósito surgiu o projeto do professor de jiu-jitsu Henrique Pimentel Cardozo, no bairro Belmonte, em Volta Redonda. Iniciado há cinco, com um pequeno grupo de alunos que ocupavam as dependências da Igreja Batista Belmonte, a iniciativa atende hoje cerca de 80 crianças, jovens e adultos.

“Tudo começou com pedido de um pastor da igreja, onde iniciamos o projeto. Como nos pediram para desocupar o espaço, tivemos que alugar uma loja na Rua Rio Grande. Não é fácil manter um projeto assim, pois temos custo e nenhum patrocínio, mas entendo que o esporte tem um papel fundamental na vida de cada um dos praticantes. Estamos lutando para sobreviver, mas sei que conseguiremos”, disse o professor.

A prática do esporte também envolve o desenvolvimento de uma série de potencialidades dos participantes que, segundo a filosofia do jiu-jitsu, é baseada na inteligência, paciência e disciplina. “Ele [esporte] ajuda na construção de um caráter de lutador, trabalha estratégias e inteligência, entre outras coisas. Além de melhorar a saúde física”, explica Cardozo.

Com 200 medalhas na coleção, entre elas uma do Pan-americano e outra de bronze no Mundial, ambas as competições disputadas nos EUA, o atleta agora também desfruta do reconhecimento pelo projeto social criado em março de 2017. Na última semana, ele recebeu na Câmara Municipal de Volta Redonda uma Moção de Congratulações e Aplausos. A homenagem foi apresentada pelo vereador Edson Quinto (PL).

“Precisamos reconhecer essas personalidades que contribuem para que a nossa cidade seja cada dia melhor. O esporte, como todos sabem, pode transformar vidas e dar esperança às pessoas e eu sei da seriedade e compromisso com que o Henrique está à frente do projeto. Por isso, a ideia da moção, para trazer visibilidade ao seu projeto e reconhecimento aos seus esforços”, afirmou o parlamentar.

Henrique Cardozo relembra as dificuldades para manter os treinos durante a pandemia. Em determinado momento, as atividades precisaram ser suspensas. “Foi um momento de muita incerteza, todos os alunos saíram. Mas acreditamos no trabalho e, com muita luta, não fechamos o projeto. Retornamos em 2021, adotando máscaras e medidas sanitárias necessárias”, disse.

Para os pais dos alunos, a iniciativa contribui na mudança na vida das crianças. É o que diz Maíra Pereira, mãe da Maria, Yohan e do Lucas. “A rotina dos meus filhos mudou muito depois do jiu-jitsu. Melhorou a disciplina, ajudou muito no colégio, em casa e até mesmo no convívio com os amigos. Fora a emoção muito grande de poder ver meus filhos competirem, ver o desenvolvimento deles”, ressalta Maíra.

Participando desde o início do projeto, Lucas e Arthur, de 13 e 9 anos, respectivamente, contam com apoio da família, para seguirem os passos do técnico e, quem sabe, conquistar medalhas.

 “O jiu-jitsu não trouxe apenas autoconfiança, autoestima e disciplina, como também ajuda na autodefesa, na conquista de objetivos, no controle da ansiedade, no respeito ao próximo. Eles já participaram de vários campeonatos e gostam muito das aulas”, ressalta Aline Mendes, mãe dos dois atletas. “O projeto só acrescentou muito na vida das crianças, que poderiam estar na rua nos horários após as aulas e não ficam mais. É uma iniciativa maravilhosa e eu peço a Deus que não acabe e possa ajudar outras crianças e outras mães”.

Foto: Arquivo pessoal

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