Empatado tecnicamente na disputa pelo governo do estado com o governador Cláudio Castro (PL), o candidato do PSB, Marcelo Freixo, tem agenda marcada nesta sexta-feira e sábado (dias 24 e 25) para três cidades da região. Antes de se encontrar com lideranças e eleitores de Barra do Piraí, Volta Redonda e Barra Mansa, o deputado federal concedeu entrevista à Folha do Aço, por meio de sua assessoria de imprensa.

Folha do Aço: Quais os maiores desafios do Estado do Rio?

Freixo: Meus compromissos são gerar emprego, melhorar a Educação com ensino em tempo integral e enfrentar o crime organizado. Os bandidos transformaram as pessoas de bem em reféns. Também vamos combater a corrupção que sequestrou a política no Rio de Janeiro. Tudo isso prejudica a economia do estado, afasta investimentos e aumenta a crise na saúde, na educação, nos transportes. Está tudo interligado. A gente precisa urgentemente virar esta página porque o estado não aguenta mais quatro anos governado por uma máfia.

Quais são suas propostas para o Sul Fluminense?

O interior do Rio de Janeiro tem um potencial enorme que não é aproveitado por falta de apoio do governo do estado, e isso acontece com o Sul Fluminense. Nós vamos acabar com o abandono. Eu quero que o Sul Fluminense tenha uma economia forte e próspera, quero que os jovens tenham mais oportunidades e fiquem na cidade, em vez de ter que ir para a região metropolitana. As pessoas vão ter segurança, bons empregos, boas escolas e conseguirão cuidar da saúde aqui.

E isso passa também por investimentos em educação?

O Sul Fluminense tem uma rede de universidades, institutos federais e cursos técnicos que precisa ser mais aproveitada. Vamos investir no ensino técnico profissionalizante, para que os jovens conquistem bons empregos. Vamos fortalecer a pesquisa em tecnologia para que as universidades ajudem o setor produtivo para gerar mais riqueza. Vamos ser parceiros dos produtores rurais, que hoje estão batalhando sem o apoio do governo.

Como é sua a relação com o prefeito de Volta Redonda, Neto, lembrando que ele sempre deixa claro que seu candidato é o governador Cláudio Castro? Numa vitória nas urnas, pretende se sentar com o chefe do Executivo da maior cidade do Sul Fluminense?

Evidentemente que sim. Vou ser parceiro e trabalhar junto com todos os prefeitos da região. Sempre fui um homem do diálogo e quero somar forças, unir todo mundo para juntos colocarmos o Rio de Janeiro de pé e trazermos desenvolvimento para a região. Vamos conversar com todos. Inclusive já apoiamos a Saúde em Volta Redonda, destinando meio milhão em recursos de emenda para a Prefeitura, para fortalecimento da Atenção Básica (Clínica de Saúde da Família). E no Congresso, sempre lutei por ampliar o apoio às Prefeituras para custeio do SUS e da Educação, por entender a importância do município e das parcerias locais.

Um tema fundamental para os fluminenses é a questão da Segurança Pública. Quais as ações necessárias para garantir a tranquilidade da população?

As pessoas de bem do Rio de Janeiro não podem continuar reféns de bandidos. Eu tive um irmão que foi assassinado pela milícia porque denunciou os bandidos, porque fez a coisa certa. Eu sei o que milhões de famílias dilaceradas pela violência sentem. Meu primeiro projeto quando virei deputado foi a CPI das Milícias, que botou mais de 200 bandidos na cadeia. Fiz isso porque era meu dever como homem público e porque não quero que nenhuma outra família passe pelo que passamos.

E como colocar isso em prática?

Nós temos experiência e estamos reunindo as melhores pessoas para enfrentar o crime de forma eficaz. Cito aqui o coronel Pinheiro Neto, ex-comandante do Bope, o coronel Robson, ex-chefe do Estado Maior da PM, e o coronel Antonio Carlos Carballo, que estão construindo este projeto. A polícia será bem treinada e bem equipada, para enfrentar o crime de forma eficiente. Vamos investir pesado em inteligência, o que hoje não acontece. E valorizar os policiais, que terão um sistema de metas de redução da violência para receberem gratificação.

Como o governo do senhor pretende atuar para reduzir os problemas enfrentados pela população de VR na questão ambiental, vide que temos a CSN, que enfrenta constantes críticas por ser uma das maiores poluidoras?

Vamos monitorar a qualidade do ar pra valer. E fiscalizar. Nosso governo vai se reunir com a empresa, com os moradores e com a área ambiental do governo (Inea) para encontrar uma solução definitiva. A poluição no nível em que está é inaceitável! A saúde da população é prioridade. Outro problema grave é o depósito de resíduo de minério às margens do Paraíba, que pode causar uma tragédia ambiental a qualquer momento. Vamos resolver o problema, com diálogo, seriedade e fiscalização dos órgãos competentes.

Como dialogar com todos os setores da sociedade?

Sou professor e uma das coisas que mais aprendi é a ouvir e dialogar. Isso é algo que levei para a minha vida política. A gente não precisa concordar em tudo. Ninguém concorda em tudo, nem dentro da mesma família. Isso é normal. O importante é saber escutar e reunir as melhores ideias, as melhores propostas em nome do bem comum, daquilo que desejamos de melhor para o Estado do Rio de Janeiro. Tenho conversado muito com empresários, tenho o Armínio Fraga ao meu lado, com policiais, com líderes evangélicos e católicos, com sindicatos, servidores. O Brasil não aguenta mais ódio e divisão. A gente precisa de união. Precisamos trabalhar juntos e isso a gente vai fazer através do diálogo.

O senhor espera ter palanque de algum prefeito da região?

Vamos esperar começar a campanha. O foco agora é ouvir as pessoas e trabalhar para oferecer as melhores soluções para os problemas do nosso Estado.

Em âmbito federal, como o sr. avalia sua aliança com Lula, candidato à presidência?

Lula deixou a presidência da República com aprovação de 90%. O trabalho dele foi reconhecido e aprovado pela população porque ele gerou emprego, colocou comida no prato das famílias, fortaleceu o setor produtivo, governou para todos, e os brasileiros lembram isso. A vida era muito melhor, mais próspera. É essa experiência que a nossa aliança está trazendo para o Rio de Janeiro.

André Ceciliano ou Alessandro Molon, quem o senhor apoiará como candidato ao Senado?

Essa é uma decisão das lideranças nacionais do partidos.

Foto: divulgação

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