O policiamento no estado do Rio de Janeiro permanecerá reforçado para monitorar eventuais manifestações antidemocráticas no território fluminense. Segundo o governador Cláudio Castro, até o fim da manhã desta segunda-feira (dia 9), a situação era de paz no Rio de Janeiro, e os acampamentos começavam a ser desmontados. Castro disse que comunicou o fato ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, com quem conversou hoje cedo. Moraes determinou no domingo (dia 8) o fim dos acampamentos em 24 horas.

“Pelo que se pode perceber, estamos caminhando para um dia tranquilo. Ainda há hoje uma perspectiva de manifestação, e estamos cuidando para que ela ocorra dentro da paz e da tranquilidade e que não tenha atos de violência”, acrescentou o governador. Ele se mostrou preocupado com as dimensões de tal manifestação, prevista para as 20h de hoje, no centro da capital.

Castro informou que mantém contato frequente com o Comando Militar do Leste (CML), sediado no centro do Rio. Em frente à unidade do Exército na região, formou-se, depois do resultado do segundo turno da eleição de 2022, um acampamento com manifestantes que defendem ações antidemocráticas. De acordo com o governador, a desocupação do local está sendo negociada pelo CML diretamente com os acampados. Desde ontem, Castro conversa com o comandante do CML, general André Luis Novaes Miranda, que coordena a negociação para saída dos manifestantes.

“A Polícia Militar está em contato direto com ele [general] dando o suporte necessário. Eles [acampados] deixaram bem claro para nós que, até o final do dia, vão cumprir a decisão [do ministro]. A Polícia Militar está toda de sobreaviso, já que eles garantiram que têm condição de fazer acordo sem precisar de nenhuma cena de violência, de força”, acrescentou o governador. Castro também conversou com o prefeito Eduardo Paes, que colocou a Guarda Municipal à disposição, se for preciso ampliar o esquema de segurança, caso não seja cumprida pacificamente a decisão do STF.

Para Castro, a determinação do ministro Alexandre de Moraes tem duas etapas. A primeira é a desocupação e, se não for cumprida, haverá prisão de manifestantes. “A prisão acontecerá se não saírem. Desocupando, eles estão cumprindo a decisão. Partiremos para a parte da prisão, se a primeira parte não for cumprida. Como ele fala, primeiramente, em desocupação, quem cumprir a primeira parte e não fizer nenhum ato de violência, não é preso. Esta é a nossa interpretação, e é assim que será tocada pelo Rio de Janeiro colaborativamente com todos os poderes”, afirmou.

Segundo Castro, o governo do estado somente entrará, caso o CML não tenha condição de fazer sozinho. “Se conseguirem, como estão conseguindo, não tem razão de nenhum uso de força.”

Grupo de trabalho

O governador fez as declarações em entrevista coletiva após reunião, no Palácio Guanabara, com a cúpula de poderes do estado. No encontro, foi criado um grupo de trabalho composto por representantes do Executivo, Legislativo e Judiciário para monitorar, em tempo real, vias e prédios públicos e privados. As informações serão compartilhadas e, até o fim do dia, será divulgada nota conjunta sobre o que ocorreu nesta segunda-feira e com posicionamento do Rio de Janeiro, e não de cada poder constituído em separado.

“O Rio de Janeiro [não] só defende a democracia e o estado democrático de direito, defende a humanidade e o direito de ir e vir de qualquer cidadão. Este é o Rio e o Brasil que nós queremos. Estamos aqui unidos, irmanados para garantir à população que a vida no Rio de Janeiro continue sendo tocada normalmente”, disse.

O governador parabenizou a Polícia Militar, pelo esquema preparado “para não haver confusão” e o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e a Polícia Civil nas questões de inteligência. Castro mencionou ainda o papel do presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, André Ceciliano, na intermediação direta com o governo federal.

Prédios públicos

O policiamento foi reforçado em prédios públicos como o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, o Tribunal Regional Eleitoral, a Assembleia Legislativa e o Palácio Guanabara. A Refinaria Duque de Caxias (Reduc), da Petrobras, na Baixada Fluminense, está sendo guardada pelo Batalhão de Choque e pelo Regimento de Polícia Montada da Polícia Militar “[Todos os prédios públicos] que corriam risco estão sendo 100% reforçados e vão continuar com recurso grande por 24, 48 horas. Depois, até o fim da semana, [haverá] ainda mais um reforço para que a gente garanta a paz.”

De acordo com Castro, o monitoramento dos serviços de inteligência não indica possibilidade de manifestações, além da que está prevista para a noite de hoje. Ele disse que os órgãos que compõem o grupo multidisciplinar criado para acompanhar possíveis manifestações vão compartilhar todas as informações obtidas pelos respectivos serviços de inteligência.

Castro participa, ainda hoje em Brasília, da reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com governadores. Inicialmente, ele tinha dito que não compareceria, porque não poderia se afastar do estado ante a possibilidade de haver manifestação nesta segunda-feira na cidade, mas acabou mudando a decisão pouco tempo depois. “

Foto: Luis Alvarenga/Gov RJ
Com informações da Agência Brasil

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