A temporada de férias começou de forma atípica em 2023. O sol de verão tem sido encoberto por nuvens espessas. A verdade é que as duas primeiras semanas do ano foram de chuva, muita chuva, na região Sul Fluminense e demais cidades do estado do Rio de Janeiro.
As prefeituras seguem em estado de alerta devido aos alagamentos e deslizamentos de terra provocados pelo solo encharcado. Na quarta-feira (dia 11), um deslizamento de terra interditou o trecho da RJ-127, na divisa entre os municípios de Mendes e Paulo de Frontin. Uma das rochas da barreira chegou a atingir um carro, mas, felizmente, o condutor e a passageira não se feriram.
Também na quarta, parte da RJ-145, em Barra do Piraí, foi bloqueada pelo mesmo motivo. A estrada é a que liga a cidade à Valença. Enquanto no trecho da RJ-143, que liga Valença ao distrito de Conservatória, foram registradas quedas de barreiras em pelo menos quatro pontos, entre a Serra de São José e a comunidade do Rancho Novo. Os deslizamentos aconteceram na manhã de terça-feira (dia 12).
A propósito, segundo a Defesa Civil de Valença, a cidade registrou a maior enchente dos últimos 10 anos. Dezenas de famílias tiveram que ser atendidas nos bairros Passagem e Carambita, regiões com maiores registros de alagamentos.
Engarrafamentos
Em Barra Mansa, a queda de uma barreira interditou na terça-feira (dia 10) um trecho da Rodovia Presidente Dutra, provocando quilômetros de congestionamento. No mesmo dia, motoristas que trafegavam pela Serra da Araras também enfrentaram um longo congestionamento. O trecho da via Dutra que corta o município de Piraí ficou interditado por aproximadamente 17 horas.
A queda de barreira aconteceu por volta de 3h30min, na altura do km 231 da pista sentido Rio. Com isso, houve bloqueio total da pista e o tráfego precisou ser desviado para operação em mão dupla, na via sentido São Paulo.
Na semana anterior, no 5º dia do ano, um trecho da RJ-153, entre os distritos de Nossa Senhora do Amparo, em Barra Mansa, e Santa Isabel do Rio Preto, em Valença, precisou ser parcialmente interditado. Isso porque, parte da estrada, na altura da localidade conhecida como Serra da Mutuca, cedeu devido às chuvas, causando rompimento de manilhas. Além do ocorrido, deslizamentos de terra foram registrados em outros pontos da RJ-153.
Imóvel interditado
Em Volta Redonda, a Defesa Civil interditou um imóvel no Morro da Caviana, no complexo do Santo Agostinho, onde ocorreram dois deslizamentos no começo desta semana. Os moradores da residência precisaram ser alojados em casas de parentes. Uma queda de barreira também foi registrada no bairro Candelária.
Segundo a Prefeitura, todas as equipes do governo municipal, incluindo a secretaria de Ordem Pública e Guarda Municipal, estão de prontidão para atender a população neste período chuvoso.
“Temos uma capacidade de resposta imediata a problemas como alagamentos, deslizamentos e desmoronamentos, que não escolhem hora para acontecer”, ressaltou o coordenador de Defesa Civil do município, Rubens Siqueira.
Orientações da Defesa Civil de VR
A Defesa Civil orienta toda a população de Volta Redonda sobre a adoção de atos seguros durante o período de chuvas, como: não ocupar ou jogar lixo em áreas de preservação próximas ao Rio Paraíba do Sul e córregos, ou próximo a encostas; não realizar escavações, aterros ou construções irregulares, sem acompanhamento de responsável técnico; evitar transitar ou trafegar no período de chuva forte ou em local alagado.
O órgão também ressalta que, durante as chuvas, as pessoas não devem procurar abrigo debaixo de árvores; devem observar qualquer alteração estrutural em sua residência; e se precisar sair da residência por qualquer cenário de ameaça, é orientado desligar o gás de cozinha, a rede elétrica, pegar documentos, remédios e buscar um local seguro. A Defesa Civil pode ser acionada pelo telefone 199.
Estragos em BM
Em Barra Mansa, segundo a Coordenadoria de Proteção e Defesa Civil, até quarta-feira (dia 11), quando houve uma redução na intensidade da chuva, foram recebidas 17 ocorrências de deslizamento com oito interdições de imóveis. Dezoito pessoas ficaram desalojadas.
Duas vias precisaram ser parcialmente interditadas, sendo uma estadual, a RJ-153. Houve, ainda, quatro ocorrências de queda de árvore e 12 ocorrências de vistoria de imóveis.
“Na primeira semana de janeiro nós interditamos três imóveis no São Sebastião, um no Santa Inês e outro no Apóstolo Paulo, sendo este último referente a uma obra irregular. Em todos esses casos, os moradores afetados foram retirados, realocados e encaminhados para a Secretaria de Assistência Social e Desenvolvimento Humano, que assiste essas famílias e presta o apoio necessário”, detalhou João Vitor da Silva Ramos, coordenador da Defesa Civil.
O responsável pelo órgão em Barra Mansa acrescenta que a cidade possui equipamento de alerta à população. “Atualmente, nós contamos com 10 sirenes localizadas nos seguintes bairros: Boa Sorte, Boa Vista, Cotiara, Metalúrgico, Monte Cristo, Nova Esperança, Paraíso, Vila Coringa, Vila Nova e Vista Alegre. Esses equipamentos servem para alertar os moradores que se encontram em áreas já mapeadas pela Defesa Civil para os riscos de deslizamentos, escorregamentos, desabamentos, alagamentos e inundações”, explicou.
A chuva também contribuiu para agravar a situação da Rua Mauro Granato, no bairro São Judas Tadeu, onde há uma obra para um muro de contenção, que está sendo executada pelo Governo do Estado. “Neste ponto da cidade pedimos o apoio da população para que evitem o trânsito. No local há uma rachadura no asfalto e é importante que haja o mínimo de fluxo de veículos possível para que a situação não se agrave. Nós fizemos o isolamento para que veículos pesados não trafeguem e comunicamos o caso às empresas de ônibus que atuam na localidade”, disse Ramos.
O coordenador da Defesa Civil lembrou que a rota do transporte público precisou ser alterada em consequência dos estragos causados pelas chuvas. “Os moradores, principalmente os usuários dos coletivos, devem ficar atentos. A empresa de ônibus que fazia o itinerário São Judas x Boa Vista sofreu mudanças. Devido à situação da rua, a empresa nos informou que terá um veículo para atender o São Judas Tadeu e outro o Boa Vista, eles não irão cruzar os dois bairros”, explicou.
Apesar das chuvas intensas, segundo a Defesa Civil de BM, não houve registros de alagamentos e transbordo de rios. “Nós estamos monitorando e não há alteração significativa, além disso, estamos sempre em contato com Furnas, que nos informou que estão operando dentro do limite”, concluiu João Vitor.
Equipes de prontidão em Pinheiral
As chuvas persistentes dos últimos dias também causaram danos no município de Pinheiral. De acordo com a Prefeitura, foram registrados pontos de alagamentos, deslizamentos e queda de árvores. Uma família ficou desalojada e está sob os cuidados da secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos. Ninguém ficou ferido.
A Defesa Civil e as secretarias de Saúde, Serviços Públicos, Meio Ambiente, Assistência Social e Direitos Humanos, entre outros setores, estão atuando no atendimento das emergências e permanecem de prontidão 24 horas. É importante frisar que a Defesa Civil atua periodicamente em todos os bairros, realizando trabalhos de prevenção em áreas de risco, a fim de prevenir possíveis transtornos característicos de períodos chuvosos.
Os moradores podem informar sobre pontos de alagamentos e registrar ocorrências relacionadas às chuvas por meio dos números: (24) 99968-3826 e o 199, além do telefone (24) 3356-6746 de atendimento no horário comercial (segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas).
Foto: Divulgação Secom VR