A Polícia Federal, com o *apoio do Núcleo Regional de Inteligência da Previdência Social no Estado do Rio de Janeiro, deflagrou nesta terça-feira (dia 19), a Operação Estelião, visando coibir a prática de fraudes em benefícios previdenciários. Um homem de 54 anos foi preso.
A investigação teve início após serem encontrados indícios da existência de pessoas fictícias utilizadas para obtenção de financiamentos habitacionais junto à Caixa, as quais também teriam sido utilizadas para obtenção de benefícios previdenciários com uso de documentos falsos. Durante as investigações foram identificados três benefícios fraudulentos, entretanto durante as buscas identificou-se que o preso controla uma gama muito maior de benefícios previdenciários fraudulentos.
Os benefícios foram obtidos no ano de 2010 junto à Agência da Previdência Social de São Pedro da Aldeia e encontravam-se ativos até o presente momento, com a realização de saques mensais pelo alvo da operação. Durante esses 13 anos o prejuízo causado aos cofres públicos foi de pelo menos R$ 660 mil.
Caso os benefícios continuassem ativos, considerando a expectativa de vida definida pela tábua de mortalidade do IBGE, o prejuízo causado ao erário poderia chegar a aproximadamente milhões de reais, além do valor já sacado pelo preso.
Durante a operação foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva, expedidos pela 1ª Vara Federal de São Pedro da Aldeia, no município de Cabo Frio. Além da ordem de busca e prisão, também foi deferido pela justiça o bloqueio de bens do investigado no valor equivalente ao dano causado de R$ 660 mil.
A investigação revelou ainda que o investigado possui vários documentos falsos, os quais eram utilizados para aplicar fraudes diversas, principalmente no ramo imobiliário na Região dos Lagos.
Foram apreendidos 30 cartões bancários, 69 documentos de identidade e carteira da OAB juntamente com documento de identidade em nome de terceiros. Além de contratos e registros de imóveis em nome de laranjas. Também foram apreendidos um veículo Audi A3 e dois celulares.
O preso responderá por estelionato majorado, lavagem de dinheiro e uso de documento falso, cujas penas somadas podem chegar a 22 anos de prisão. A Polícia Federal continuará a investigação, analisando todo o material apreendido, a fim de apurar e identificar o envolvimento de outras pessoas e a amplitude das fraudes perpetradas pelo investigado.
O nome da operação remonta ao lagarto Estelião, responsável pela origem da palavra estelionato, tendo em vista ser associado popularmente à falsidade em razão da capacidade de mudar de cor para enganar seus inimigos para que não seja visto.