Pesquisadores da UFF realizaram uma visita técnica a Volkswagen de Resende e participaram de uma apresentação de como funciona o modelo de produção chamado Consórcio Modular, onde cada etapa do processo é feita por uma outra empresa parceira. Com um processo produtivo confidencial, a empresa permitiu visita a linha de produção, direcionada à parte de montagem (Assembly) dos caminhões, mas deixou de fora o setor de estamparia e a pintura.

Os professores e estudantes do Brazilian Research in Auto Industry (BRAIN), laboratório de pesquisas da UFF, coordenado pelo Professor Dr. Raphael Lima, foram recepcionados por Gustavo Dantas, funcionário responsável pela Comunicação Corporativa da empresa, em conjunto com alunos do grupo “Formare”, um programa de jovens aprendizes de escolas municipais selecionados e treinados para fazerem a apresentação da fábrica. A apresentação contou com duas palestras sobre a produção e a história da montadora no Brasil, uma das apresentações foi ministrada por Pablo Olmi, consultor de Soluções da NWCO.

Segundo Gleiciane Pismel, pesquisadora da UFF, durante a visita a linha de produção, o que chamou mais atenção foi o fato de não exigirem dos visitantes Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), e nem dos trabalhadores. A divisão dos processos na linha de produção também chama a atenção, sobretudo, por demonstrar na prática como funciona o modelo de produção através do Consórcio Modular. “Nele, cada etapa do processo, da produção dos chassis a pintura da lataria, é feita por uma outra empresa parceira. No âmbito de trabalho é possível ver os uniformes dos funcionários com logos diferentes à medida que passamos por cada etapa do processo”, conta.

Para Maria Carolina Barcellos Ferreira, doutoranda da UFF, pela apresentação institucional da empresa é possível compreender exatamente como a empresa quer ser colocada para o público, como uma empresa internacional. Maria Carolina menciona que um dos aspectos destacados na gestão da fábrica são as políticas de diversidade. “Há uma política de inclusão, entre os grupos considerados como grupos de afinidade, como o Geração 4.0 (gerações), Sem limites (pessoas com deficiência), Generosidade (equidade de gênero), Equidade (LGBTQIAP+) e Aquarela (Raça e etnia). Os funcionários (operadores) desempenham 4 funções distintas na linha de montagem por dia, o que diminui lesões por esforço repetitivo. Há supervisores que também são operadores e que fiscalizam o trabalho. Eles não estão diferenciados na linha entre os outros funcionários. Eles podem substituir algum operador de qualquer setor e espera-se que saibam desempenhar qualquer função na linha”.

Segundo a doutoranda, a palestra de Pablo Olmi, consultor de Soluções da NWCO, a montadora tem um novo perfil de trabalhador, que esteja atento às soluções. “Nós observamos isso, a montadora busca a valorização de características específicas destes indivíduos, como gerência, polivalência, multidisciplinaridade, etc. onde o próprio palestrante chama a atenção para os procedimentos e fases do seu trabalho”. Um dos aspectos centrais seria o PFMEA, que é uma ferramenta que ajuda a descobrir falhas em potencial em um processo produtivo, assim como suas causas. “Pablo chama atenção que essa ferramenta é utilizada para organizar os processos, o que cada um faz na cadeia. Quando um processo produtivo suprime a fase do PFMEA, ou se ultrapassa o processo, assume-se um risco, que implica na assinatura das partes responsáveis quanto ao consentimento do risco assumido”.

A pesquisadora, Maria Carolina cita também o FESA, que compreende um departamento de conhecimento elevado em modelagem computacional, simulando todos os riscos possíveis antes mesmo do desenvolvimento do produto. “Um outro elemento importante mencionado na apresentação é o ISO 26262, criado pela própria União Europeia e que está relacionado ao nível de segurança do automóvel. A lógica que impera, nesse sentido, é de que quanto mais o veículo depende de gerência eletrônica, mais precisa deste ISO. Trata-se de um conhecimento de muitos detalhes e alto nível de informações”.

Outra inovação destacada pelos pesquisadores são as novas células de combustível que são consideradas o futuro da mobilidade sustentável devido às suas vantagens em relação aos veículos movidos a combustíveis fósseis. Essas células utilizam reações químicas para converter hidrogênio e oxigênio em eletricidade, gerando apenas água como subproduto. Isso significa que os veículos equipados com células a combustível não emitem poluentes atmosféricos, contribuindo para a redução da poluição do ar e dos gases de efeito estufa.
Além disso, as células a combustível oferecem uma autonomia maior do que as baterias convencionais, permitindo viagens de longa distância sem a necessidade de recargas frequentes. Embora ainda haja desafios a serem superados, como a infraestrutura de abastecimento de hidrogênio, as células a combustível têm o potencial de revolucionar a indústria automotiva, oferecendo uma alternativa limpa e eficiente aos combustíveis fósseis. Essas células utilizam reações químicas para converter hidrogênio e oxigênio em eletricidade, gerando apenas água como subproduto. Isso significa que os veículos equipados com células a combustível não emitem poluentes atmosféricos, contribuindo para a redução da poluição do ar e dos gases de efeito estufa.
Além disso, as células a combustível oferecem uma autonomia maior do que as baterias convencionais, permitindo viagens de longa distância sem a necessidade de recargas frequentes. Embora ainda haja desafios a serem superados, como a infraestrutura de abastecimento de hidrogênio, as células a combustível têm o potencial de revolucionar a indústria automotiva, oferecendo uma alternativa limpa e eficiente aos combustíveis fósseis.

O pesquisador Vinícius Brandão, menciona que o e-delivery em conjunto com essas novas tecnologias, representa um avanço na oferta de veículos comerciais mais ecológicos e eficientes. A produção de um novo caminhão a cada 3 minutos evidencia a eficiência e a capacidade produtiva da fábrica. Com aproximadamente 200 caminhões fabricados diariamente, a Volkswagen demonstra um impacto significativo no segmento de veículos comerciais. A dedicação à sustentabilidade é perceptível tanto nas inovações elétricas quanto na eficiência operacional da fábrica. A Volkswagen, em sintonia com a filosofia do Traton Group, adota uma política voltada para a diversidade e inclusão, estabelecendo uma cultura corporativa singular e orientada para as pessoas. No ano passado, 2023, teve início o projeto do E-Volksbus, a Volkswagen apresentou o primeiro protótipo de ônibus elétrico, consolidando sua posição de liderança na esfera da eletrificação e na mitigação de emissões.

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